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Bartolomeu Campos de Queirós no Momento Literário

Katy Navarro fala sobre a vida e a obra deste escritor brasileiro

Antena MEC

No AR em 12/06/2019 - 18:00

Um poeta e escritor que descobriu a magia das palavras ainda criança. É Bartolomeu Campos de Queirós. Nasceu em Minas Gerais em 25 de agosto de 1944. Perdeu a mãe quando tinha de 6 anos. Lembrava que a mãe era uma grande leitora e que ele lia os livros que ela lia. Só que a mãe ficou doente, com câncer e sofreu por muitos anos. Contava que ela cantava bonito. Era soprano. Quando a dor da doença era muito forte e a morfina não era suficiente, ela cantava mais. A voz atravessava a casa e o quintal. A família sabia que era o momento de mais dor.

Bartolomeu Campos de Queirós, já adulto, um dia se deu conta que ele fez o mesmo com a escrita. Quando sentia dor, uma dor interior, escrevia. Dizia que o pai era caminhoneiro e viajava muito. Foi por isso que menino, passou, então, a ter uma forte influência do avô que morava em Pitangui, uma cidade perto de Papagaio.

Bartolomeu Campos de Queirós contava que o avô praticamente o alfabetizou ensinando as letras do alfabeto que Bartolomeu achava que eram poucas, para o muito que ele, ainda menino, queria escrever. Na infância seu melhor exercício era pensar em uma palavra que ele não pudesse escrever. Acreditava que a palavra nunca escreve tudo que a emoção sente.

O menino que virou escritor construiu uma obra com 66 livros publicados. Alguns foram traduzidos para o inglês, o espanhol e dinamarquês. Entre eles “Os cavaleiros das sete luas”,“Ciganos”, “Para criar passarinho” e “Vermelho amargo”, este último para adultos.

Bartolomeu Campos de Queirós é considerado um dos principais autores da literatura infanto-juvenil brasileira. Para ele, o homem é feito do real e do ideal e a literatura quando aparece para as crianças, vem com esse diálogo da fantasia que seria o que existe de mais importante na construção do mundo. Afirmava que se existe o novo é porque ele foi fantasiado anteriormente. Então nós devemos à fantasia ao movimento do mundo com destaque para a educação que não pode existir unicamente para informar o que já foi feito, mas para abrir uma porta para fantasiar o futuro e transformar. Democratiza-se assim o poder de criar, imaginar, recriar e romper o limite do provável.

Bartolomeu Campos de Queirós cursou o Instituto de Pedagogia em Paris e participou de importantes projetos de leitura no Brasil. Foi presidente da Fundação Clóvis Salgado e do Palácio das Artes, ambos em Minas Gerais. É idealizador do Movimento por um Brasil Literário, do qual participou ativamente. Por suas realizações, recebeu condecorações no exterior e no Brasil. Recebeu os maiores prêmios da literatura brasileira, como o Jabuti. Definia literatura como uma conversa sobre as dúvidas e as delicadezas. Pensava que a literatura não é uma conversa crua como desejam as ciências exatas. A literatura é mais gentil. Trabalha com as inseguranças, com as faltas, que são coisas que nos unem.

Bartolomeu Campos de Queirós morreu em 16 de janeiro de 2012. Deixou seus livros e suas ideias. Entre elas a de que a gente só suporta o dia de hoje, porque a gente tem uma perspectiva do amanhã. Não há como viver sem fantasiar!

Criado em 12/06/2019 - 18:36

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