Sem palavras, espetáculo "Gritos" alerta para a falta de amor

A peça "Gritos", da Companhia Dos à Deux, retorna ao Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro. A peça aborda temas da atualidade, como homofobia, refugiados, guerra e amor. 

O Arte Clube conversou com Artur Luanda Ribeiro, responsável pela concepção, dramaturgia, cenografia e direção, ao lado de André Curti.

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O espetáculo venceu diversos prêmios, como APTR, Cesgranrio, Questão de Crítica e Shell, e foi indicado ao prêmio APCA.

Artur falou da importância do tema. "Inicialmente a gente parte de uma palavra-chave, e o tema foi o amor. Trabalhando em cima da dramaturgia do corpo, que se escreve no palco, a gente foi sentindo a falta dele, neste momento, no mundo. A falta de afetos, de compreensão, de tolerância. E foram surgindo esses poemas que a gente intitulou 'gritos', porque são gritos mudos, de intolerância, sobre essa sociedade que está um pouco moribunda, que não se escuta, não se vê, que não tem mais um olhar generoso uns com os outros", explica o diretor. 

No palco, os dois atores usam pedaços de bonecos como extensões do corpo. O espetáculo não usa palavras. O teatro gestual, marca da Companhia, propicia diversas camadas de significados, tornando a mensagem ainda mais universal.

"A gente tem uma narrativa muito poética", afirma Artur.

“Gritos” reestreia em 2 de fevereiro, no Teatro Dulcina, na Cinelândia. A peça fica em cartaz de quarta-feira a domingo, às 19h, até 11 de março.