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Polícia tem dificuldade em impedir briga de torcidas na série B do carioca

Torcidas Organizadas de clubes da série A tem frequentado jogos da

O  torcedor Jefferson do Nascimento Graton, de 23 anos, teve a mão amputada após se acidentar com um rojão na noite de quarta-feira(20), no estádio Giulite Coutinho, em Edson Passos, na Baixada Fluminense. O episódio aconteceu durante confronto entre torcidas no jogo de América e Olaria,  pela Série B do Campeonato Carioca. A partida precisou ser paralisada aos 23 minutos do primeiro tempo e ficou suspensa por uma hora e cinco minutos por conta da briga, que aconteceu do lado de fora do estádio. Além de Jefferson Graton  outro torcedor do Olaria ficou ferido na vista. O Comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE), Coronel João Fiorentini conversou com a Radio Nacional sobre o aumento das brigas de torcidas nas séries B e C do campeonato carioca e as dificuldades da polícia em evitar estes enfrentamentos.

 

Para a polícia os torcedores que participaram da briga não eram nem do Olaria, nem do América, mas de clubes da primeira divisão que se deslocaram para a região somente para brigarem. "A gente está observando uma migração de pessoas que integram torcidas organizadas dos clubes da série A, principalmente dos quatro grandes do Rio, para os clubes de menor investimento com o intuito de praticar aquilo que sempre foi uma rotina na vida deles: atos de violência e violência entre estes grupos. Então a gente tem colocado um efetivo maior em jogos da série B para tentar evitar este tipo de situação. Neste jogo tivemos confronto do lado de fora entre dois grupos que não eram torcedores do Olaria nem do América. São pessoas violentas que se utilizam do futebol para praticar atos de violência.", afirma.

 

De acordo com o Coronel João Fiorentini os jogos da série B são mais difíceis de fazer um planejamento de qual efetivo de policiais no estádio, uma vez que existem jogos da série A em paralelo e  que as  brigas estão exigindo um policiamento excessivo em jogos de menor público.  "A gente fica numa situação de colocar de repente 80 policiais em um jogo em que a expectativa de público é de 60 a 100 pessoas e este efetivo acaba sendo sub utilizado quando poderia estar em outros pontos da cidade.Neste jogo para 400 pessoas que estavam no estádio nós tínhamos 30 policiais militares. Acho que em média a relação policiais militares/torcedores chega a ser cinco vezes maior do que utilizamos nas semi-finais e finais do campeonato carioca. E nós não tivemos nenhum fato grave nestes jogos. É um desperdício e um custo muito grande para a sociedade a gente deslocar 40 ou 60 policiais militares para uma partida que não requer esta demanda de policiamento para evitar este tipo de ação." 

 

O Comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios também explica a dificuldade da polícia de prevenir estas brigas.  "São grupos de bairros. De dois ou três bairros próximos que se reúnem informalmente e decidem participar deste jogo. É uma ação muito rápida que dificulta. E como são jogos de menor visibilidade eles se aproveitam disto para se deslocar de forma bem rápida. Da mesma maneira outros grupos já estão lá esperando, eles agendam isto entre eles,  acaba virando uma briga de bairro. Existe uma dificuldade maior de se detectar a presença destes grupos pela ação deles ser bem rápida e instável. Hoje eles estão no jogo do Olaria, amanhã podem estar no do Madureira, três dias depois eles podem migrar para uma partida do Nova Iguaçu. Não existe uma certa lógica nem uma certa fidelidade destes torcedores com os clubes"

 

De acordo com Coronel João Fiorentini a polícia está monitorando as redes sociais, entretanto estes grupos utilizam Whats upp próprio para marcar os confrontos. Ele defende que os torcedores que entrem em brigas sejam indentificados, presos e condenados. O Comandante do GEPE aponta que estas pessoas estão forçando a desviar cada vez mais policiais militares de áreas em que poderiam ser melhores aproveitados.

 

Ouça a entrevista completa clicando no player acima

 

O Bate Bola Nacional é transmitido pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro de segunda à sexta-feira, a partir das 12h30.

 



Criado em 25/05/2015 - 19:00 e atualizado em 25/05/2015 - 15:49

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