Bossamoderna deste domingo transcorre sob a lona do circo

O Bossamoderna deste domingo, 28 de março, transcorre sob a lona do circo, espaço onírico que inspira a lira do delírio dos modernistas. Neste sábado (27), é dia do circo.

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Jorge Ben anuncia: “O circo chegou”. Em tons mais sombrios, Milton Nascimento introduz outro tipo de picadeiro, em seu “Gran Circo”, parceria com Marcio Borges. Com Ronaldo Bastos, ele ainda assina o “Circo marimbondo” e divide a função vocal com ninguém menos que sua majestade Clementina de Jesus. Já Maria Bethânia arma “O circo” alicerçada pelo conterrâneo baiano Oscar da Penha, o Batatinha. E o carioca Gonzaguinha instala seu “Picadeiro”. O paulista de Taubaté Edu Kneip articula “O salto”, em parceria com Mauro Aguiar, e quem canta é Clara Sandroni. Com Simone Guimarães, o mesmo Edu escreveu a assimétrica marcha-rancho “Palmas pro leão”, que ele dueta com Mariana Baltar.

Quem descerra a lona agora é Egberto Gismonti, em seu disco “Circense”, de 1980. “Palhaço” é parceria dele com Geraldo Carneiro. Num blues coleante, o carioca criado em Brasília, Eduardo Rangel, encena “O clown”, em faixa de seu disco “Estúdio”, de 2011. Megaclássico da canção brasileira, “Palhaço”, de Nelson Cavaquinho, com assinaturas de Oswaldo Martins e Washington, ressurge na voz e assobio da cantora paulistana Céu, no álbum “Caravana sereia bloom”, de 2011. No tributo coletivo aos cem anos do compositor, “Uma flor para Nelson Cavaquinho”, do mesmo ano, coube à carioca Teresa Cristina homenagear o gênio conterrâneo em “Quero alegria”, parceria dele com Guilherme de Brito.

Mineiro, irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho, Francisco Mário lançou, em 1980, o LP “Revolta dos palhaços”. Dele é “Se cobrir é circo, se cercar é hospício”, parceria com Paulo Emílio. O bossanovista Roberto Menescal exibe uma inesperada face circense na parceria com Paulinho Tapajós, “Um dia no circo”, por Claudette Soares. O grupo vocal MPB-4 arma o “Circo de marionetes”, da dupla de irmãos gaúchos de Pelotas, Kleiton e Kledir. Compositor carioca de carreira fugaz, mas intensa, Sidney Miller, que viveu entre 1945 e 1980, também montou o seu peculiar “O circo”, no disco de estreia que levou seu nome, em 1967. E a função deste Bossamoderna circense se encerra com a composição tema da incursão da dupla Edu Lobo e Chico Buarque pela obra do poeta alagoano Jorge de Lima: “O circo místico”. Canta Vânia Bastos.