Fazenda na Bahia produz cacau, chocolate e oferece turismo rural para visitantes

Começou ontem (18), em Ilhéus, na Bahia, o Chocolat Bahia - 10º Festival Internacional do Chocolate e Cacau. Aproveitamos a oportunidade para conhecer a Fazenda Yrerê, que produz cacau e chocolate na região e oferece também turismo rural para seus visitantes. Quem fala conosco nesta entrevista, é o produtor de cacau e chocolate e também presidente da Associação dos Produtores de Chocolates do Sul da Bahia (Chocosul), Gerson Marques. Será que a cadeia de cacau retratada pelo escritor Jorge Amado ou mesmo nas novelas mudou muito? Segundo ele, a exportação hoje no mundo é dominada pelos países da África. 

"Na verdade essa cadeia do cacau, das histórias de Jorge Amado e das novelas, durou dois séculos. Começou lá ainda na escravidão e veio até a década de 80 naquele modelo mais conhecido, tradicional. Depois tivemos um período de crise, causada por uma doença, uma praga, a Vassoura de Bruxa que derrubou bastante a produção. Neste período, deixamos de ser um país exportador de cacau e a nossa produção ficou só para consumo interno. O que nos forçou a aprender a fazer o chocolate. Então, hoje a gente tem o suco de cacau, o mel de cacau, entre outros, agregando mais valor ao produto", explica o produtor.

Sobre o mercado, ele comentou que vem crescendo a procura por chocolates finos e amargos por serem chocolates com alto teor de cacau. A legislação atual fala de 17% de cacau no chocolate, mas a Chocosul quer elevar a 35%. Já a negociação no Senado está para 27%, enquanto na Europa é 35% de cacau. Menos que isso, segundo Gerson, seria prejudicial à saúde. Sobre o turismo rural, ele diz:

"As fazendas de cacau são muito bonitas porque o cacau plantado no sul da Bahia é plantado dentro da floresta. Além de estar próximo ao mar também. As fazendas são todas antigas e têm estruturas chamadas barcaças, que é o local onde o cacau é beneficiado para fermentar. Isso o pessoal conhece muito de novela. Só nossa fazenda existe há 200 anos, numa área de preservação, doada lá atrás pela Coroa", acrescenta Gerson.

Ouça a entrevista completa:

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