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Caderno de Música fala sobre os sistemas de organização da música

No último programa da série, ouça exemplos de músicas modais, tonais,

Durante todo este mês, o Caderno de Música falou sobre os principais sistemas de organização das notas musicais, que são: o modalismo, o tonalismo, o politonalismo, o atonalismo e o dodecafonismo. Neste sábado (30), o programa fará um resumo de cada um desses sistemas musicais.

 

Ao longo do tempo, cada sistema esteve em evidência em uma determinada época da história da música. O sistema modal, por exemplo, foi predominante na música antiga e é encontrado nas músicas folclóricas de muitos países, inclusive no Brasil. No modalismo, dizemos que a música é pensada de forma horizontal, pois a ênfase está nas diversas melodias, nota após nota, e não na relação de um agrupamento de notas tocadas simultaneamente, agrupamento este que o sistema tonal chamará de acorde.

 

O sistema tonal teve seu início no Renascimento e é, ainda hoje, o sistema mais utilizado em nossas músicas. No tonalismo, os sete modos eclesiásticos são condensados em apenas dois, o maior e o menor, e, além das escalas, as notas passam a ser agrupadas em acordes. Isso trouxe uma organização hierárquica e vertical da música por meio de encadeamentos harmônicos que giram em torno de uma tonalidade principal.

 

Já no politonalismo, a intenção não era exatamente colocar em cheque o sistema tonal, mas ampliá-lo com o uso de mais de uma tonalidade simultaneamente, ou seja, com instrumentos diferentes tocando em tons distintos ao mesmo tempo.

 

No período romântico e na transição do século 19 para o 20, as possibilidades harmônicas do sistema tonal foram largamente ampliadas graças a compositores como Wagner, Debussy e Stravinsky. Mas, o rompimento total com o tonalismo é expresso por sua negação, o atonalismo. Neste novo sistema, a ideia de uma tônica de referência em que toda a música gira em torno, como ocorria no tonalismo, deixa de ser utilizada. Na música atonal, as notas são pensadas de maneira livre, sem compromisso com a resolução tonal. Com o objetivo de organizar sistematicamente o atonalismo livre, Shoenberg surge com um novo sistema: o dodecafonismo. Neste sistema, as doze notas da escala cromática são organizadas em uma série na qual todas as notas possuem o mesmo grau de importância e uma nota só pode ser ouvida novamente, após toda a série ter sido apresentada. Para a música não ficar monótona sempre com a repetição da série do mesmo jeito, a regra dodecafônica permite uma série de mecanismos que fazem com que a série seja repetida de maneiras diferentes da original, como, por exemplo, ser tocada de trás para frente, ou seja, começando da última nota da série até a primeira.

 

No programa, obras de Praetorius, Beethoven, Stravinsky e Schoenberg.

 

Caderno de Música vai ao ar aos sábados, às 11h30, na MEC FM Rio.



Criado em 29/05/2015 - 21:02 e atualizado em 29/05/2015 - 17:42

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