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Situação de indígenas em São Gabriel da Cachoeira é grave

Segundo coordenador da Funai, Domingos Sávio, "cidade de São Gabriel é

"São gente, são povos que têm sentimento, que têm coração como nós": o sentimento da coordenadora da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Almerinda Ramos, é compartilhado pelos que acompanham e tentam mudar a realidade dos povos Hupd'äh e Yuhupdëh, na cidade de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Batalham para que esses índios sejam reconhecidos como gente.

 

No entanto, a peleja em buscar documentos de cidadania para cada membro da família, transforma esses indígenas em acampados miseráveis. São discriminados e trapaceados pela inocência.

Na opinião do coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Domingos Sávio, a cidade de São Gabriel é terra sem lei.

 

"É uma cidade sem lei, entendeu? A gente vê esses povos lá jogados, morrendo, toda semana morrendo. Mas como é que a Promotoria, como é que nós todos não conseguimos fazer isso?", disse o coordenador da Funai. Para Domingos, é necessário que diversos órgãos públicos assumam responsabilidades, para mudar a vida desses indígenas.

 

Após audiência realizada em março deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) fez diversas recomendações a órgãos públicos. Mas, segundo o procurador Fernando Merloto, quase nada foi cumprido.

 

"Efetivamente, né, na prática, a gente viu muito pouca mudança. A gente pediu essa alteração nesse atendimento da prefeitura,  pediu a instalação de um posto fixo da Caixa Econômica Federal lá, não só para essas questões, mas para todas. Formam filas assim de mais de mil pessoas, entendeu? Exposto ao sol o dia inteiro para receber um benefício. É algo surreal, né", disse o procurador do MPF.

 

Alguns indígenas Hupd'äh já chegaram a elaborar um documento com os problemas e as possíveis soluções para as diversas demandas. Eles falam sobre a criação de uma Associação dos Povos Hupd'äh e Yuhupdëh que possa atuar em nome dos indígenas; aquisição de um barco pela associação, que atendimentos em saúde sejam feitos por métodos de índios e não-índios, construção de escola na área indígena, entre outros.

 

Em artigo publicado na revista de direitos humanos “Aracê”, no início deste ano, diversos antropólogos sugerem que a medida mais urgente para a situação é fomentar grupos de trabalho interinstitucionais, para discutir as dimensões dos problemas vividos pelos indígenas e as práticas de instituições como a Funai, MPF, e Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.

 

Também são destaques do Jornal da Amazônia 1ª Edição desta quinta-feira (15):  Mulheres do campo auxiliam na alimentação saúdável; Roraima pretende criar, na segunda-feira, um gabinete de emergência para tratar da imigração de venezuelanos para o Brasil; Santuário de Elefantes no Mato Grosso recebe as primeiras moradoras; 

 

O Jornal da Amazônia 1ª Edição vai ao ar, de segunda a sexta-feira, às 7h45, na Rádio Nacional da Amazônia, uma emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).



Criado em 14/10/2016 - 17:45 e atualizado em 14/10/2016 - 14:44