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Pastoral da Terra aponta 23 mortes por conflito agrário até julho

Maioria dos casos ocorreu no Pará e em Rondônia

No primeiro semestre deste ano, 23 pessoas morreram em conflitos no campo em todo o país. A maioria dos casos ocorreu no Pará e em Rondônia. Os dados são da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

 

Segundo Rubem Siqueira, da Coordenação Nacional da CPT, os assassinatos foram motivados por disputa de terra.

"Dos 23, 15 estão relacionados a essa situação de reforma agrária precarizada, famílias que são colocadas na terra sem condições de produzir, dela viver. Conflitos que surgem por conta dessa situação, gente que estava destinado à terra, deixou, depois voltou e encontrou outros no lugar."

 

Ainda segundo o balanço da CPT, o número de mortes nesse primeiro semestre supera o registrado no mesmo período do ano passado, quando 20 pessoas morreram em disputas por terra.

 

Rubem Siqueira acredita que a impunidade contribui para as ocorrências.

"A CPT tá completando esse ano 30 anos de documentação dos conflitos no campo. Os números são absurdos. São quase 1.800 assassinatos nesses 30 anos. Foram cento e poucos casos a julgamentos, 81 condenados. 26 mandantes apenas cumpriram pena. Todo mundo sabe quem são os responsáveis, quem são os mandantes executores, mas dificilmente isso dá em julgamento e condenação."

 

O Ministério do Desenvolvimento Agrário confirma que os conflitos agrários são responsáveis pela violência no campo, mas apresenta números diferentes.

 

O órgão registrou no primeiro semestre 17 homicídios na zona rural. Desse total, somente dois seriam decorrentes de conflitos agrários, quatro não tiveram qualquer relação com esses conflitos e onze ainda estão em investigação.

 

Em nota, o ministério afirma que desenvolve ações de combate à violência e à tensão social no campo. Entre essas ações está o enfrentamento à grilagem de terras públicas e a agilização do processo de regularização de terras indígenas e quilombolas.

 

Para ver o histórico dos assassinatos no campo de janeiro a julho de 2015 clique aqui

 

No Jornal da Amazônia 2ª Edição desta quarta-feira (5) traz ainda informações sobre rebelião no Complexo Penitenciário de Marituba, região metropolitana de Belém, no Pará. Policiais militares negociam a liberação de três agentes penitenciários mantidos reféns no Presídio Estadual Metropolitano 1. De acordo com informações da Susipe - Superintendência do Sistema Penal do Pará, nenhum dos reféns está ferido.



Criado em 05/08/2015 - 15:40 e atualizado em 05/08/2015 - 13:54