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Pará registra aumento de infecções pelo HIV

No ano passado, foram cerca de 1.700 casos, 22% a mais que em 2014

“A aids continua viva e matando pessoas veladamente. Quando a gente vai por aí, e a gente pergunta, você conhece alguém, já conviveu com alguém com HIV? Um monte de gente levanta o braço. Eu fico muito triste.”

 

O alerta é da paraense Amélia Garcia, portadora do vírus HIV há 22 anos. Ela faz parte da Associação de Pessoas Vivendo, Convivendo e Vencendo o HIV/Aids (Viconve).

 

Os números reforçam a afirmação de Amélia. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra cerca de 40 mil casos novos por ano. A ONU estima que quase 2 milhões de novos casos são diagnosticados anualmente no mundo e mais de um milhão de pessoas morreram em 2015 em decorrência da Aids.

 

No Pará, o índice de diagnóstico do vírus HIV tem crescido. Ano passado, foram mais de 1.700 casos, 22% a mais que em 2014.

 

Para a coordenadora de DST/Aids do Pará Deborah Crespo, a distribuição do teste rápido tem contribuído para dar um quadro mais real de pessoas atualmente infectadas pelo vírus HIV.

 

“Essa subida no número de casos, ela reflete na ampliação da detecção, na mudança da estratégia de detecção e também no paciente com HIV. E aquilo que nós acreditamos que também vem acompanhando que está sendo observado no mundo todo, que é realmente ainda a presença da epidemia como um problema importante”, explica a coordenadora.

 

De acordo com Deborah, quase nove mil pessoas fazem tratamento com uso de antirretrovirais no estado. No entanto, ela relata a dificuldade de adesão ao tratamento dos pacientes que convivem com o vírus HIV. Outra questão, é que a sobrevida oferecida pelo coquetel anti-aids pode deixar as pessoas menos preocupadas com a doença.

 

“Nós temos no estado do Pará duas situações: os que já consideram a doença como algo crônico, com controle, e aqueles que ainda acham que não está tão próximo e realmente relaxam no sentido da prevenção”, alerta Deborah  Crespo.

 

Foi o caso de Amélia, nossa personagem do início da reportagem. Ele contraiu o HIV do parceiro na época.“O grande culpado disso é o amor. Porque a gente se apaixona, se entrega, de uma maneira sem proteção e acaba se contaminado. Eu não culpo quem me contaminou. Eu também sou culpada. Porque se eu fosse uma pessoa inteligente e me protegesse com preservativo, eu não seria contaminada. Estaria dentro de uma população sem aids”, relata Amélia. Viúva, Amélia vive atualmente uma relação com um parceiro que não tem HIV.

 

A coordenação de DST/Aids do Pará aponta que a mais frequente forma de exposição ao vírus é pelo contágio sexual em parceira heterossexual. Essa categoria representa quase 70% dos casos registrados no estado, em 2015.

 

Ouça ainda nesta edição do Jornal da Amazônia - 2ª edição:
- Nos seis primeiros meses do ano, o Mato Grosso registrou mais de 600 denúncias de estupro, cem a mais que o mesmo período de 2015.
- E mais: 4 estados da Amazônia são declarados livres da Peste Suína.

 

O Jornal da Amazônia é uma produção do Radiojornalismo da EBC - Empresa Brasil de Comunicação.



Tags:  HIV AIDS DST

Criado em 20/07/2016 - 19:12 e atualizado em 20/07/2016 - 16:13