A Justiça Federal suspendeu o plano de manejo da Fazenda Cachoeirinha, em Rurópolis, no oeste do Pará.
Segundo o Ministério Público Federal no estado, o proprietário da fazenda, Jevelis Grey Panassolo, se apossou da área com uso de documentos falsos e mantinha a posse ameaçando trabalhadores rurais assentados com uma equipe capangas armados.
O juiz federal Érico Rodrigo Freitas Pinheiro também estabeleceu que o empresário deve ser monitorado eletronicamente, podendo se locomover apenas nos limites de Belém, onde mora. Panassolo deve, ainda, comparecer mensalmente na Justiça Federal para se explicar sobre suas atividades e não pode deixar o país. Também não deve manter contato com outro acusado pela grilagem, o pecuarista Ruy Villar de Lima Sampaio Júnior.
O empresário havia sido preso preventivamente no final de novembro, para evitar o aumento dos conflitos.
Por meio de falsificação de certidão do Incra e da apresentação de informações mentirosas ao Tribunal de Justiça do Estado, Ruy Villar Júnior conseguiu que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente fosse obrigada a aprovar um plano de manejo para a área grilada, apesar de o Incra e a Semas terem apontado uma série de provas da falsidade da certidão.
De acordo com o Incra, o plano de manejo obtido ilegalmente por meio de falsificação de certidões incide sobre três assentamentos em Rurópolis: PDS Novo Mundo, PDS Cupari e PA Paraíso.
Levantamento do Incra aponta que Ruy Villar Júnior e Jevelis Panassolo estão vinculados, direta ou indiretamente, a diversas denúncias de tentativas de apropriação de terras da União, extração ilegal de madeira e ameaças e conflitos com famílias assentadas.
Panassolo responde, ainda, por uma denúncia de crime de submissão de 11 trabalhadores a trabalho escravo.