"Fair play financeiro não existe" afirma dirigente do Goiás

O Goiás é um dos clubes que mais chama atenção neste Campeonato Brasileiro, com um teto salarial no valor de R$ 50 mil e sem negociar com empresários , o time esmeraltino conseguiu  conquistar a segunda colocação da tabela e superar clubes com receitas muito maiores. O ex-jogador e atual diretor de futebol do Goiás, Harlei de Menezes Silva conversou com o programa No Mundo da Bola desta segunda-feira (25) e explicou quais são os preceitos básicos do clube.

Olhar a tabela do campeonato Brasileiro e ver o Sport seguido do Goiás pode surpreender algumas pessoas, mas não o atual diretor de futebol do clube esmeraldino.  "Para todo mundo pode parecer uma surpresa. O que as pessoas acham que é surpresa a gente credita como trabalho. A gente tem um trabalho muito forte, uma vivencia de campeonato brasileiro muito grande e o Goiás é sem dúvida nenhuma um dos clubes mais organizados do Brasil. tem uma estrutura excepcional. As vezes a gente está um pouco escondido pela região. Mas a estrutura e as condições de trabalho do Goiais são sempre impecáveis e isto faz com que a gente possa colocar toda esta condição em campo e colher os resultados", explica.

Apesar de estar feliz com a atual posição do time na tabela Harlei diz que o objetivo do clube no momento não é o de disputar posições e sim de revelar jogadores. Uma estratégia financeira para um clube com poucos investimentos. "A gente não está pensando nesta situação de ficar ou não em ponta de tabela. Nós tamos planejando jogo a jogo. Estamos montando um time jovem. Um time para que a gente tenha novamente grandes revelações para que possamos negociá-los. Porque o Goiais é um clube formador, então damos muito espaço para a nossa categoria de base. Contamos com o retorno do técnico Hélio dos Anjos para poder aproveitar bem esta base. Ele é o profissional que mais vezes trabalhou pelo clube, tem uma grande experiencia no clube e no campeonato brasileiro. Então este casamento acaba sempre trazendo bons frutos para o clube. A verdade é que vamos continuar apostando na nossa garotada aqui e nós temos jogadores de talento. Tomara que eles tenham competência de sustentar as primeiras colocações até o final do campeonato. Nós estamos fazendo um grupo bastante homogêneo. Ninguém tem condições hoje no Brasil  de trabalhar com um grupo muito inchado porque a situação financeira dos clubes está muito complicada."

A política de teto salarial já é adotada no Goiais há dois anos e de acordo com o diretor de futebol devem continuar assim em função da falta apoio para o clube. Harlei reclamou também que os times com maior torcida não praticam o  o fair play financeiro. "Não quebramos nossa linha. Sempre deixamos bem claro que nós temos um ou dois atletas acima desta realidade, deste teto estimulado e a gente não sai disto. As outras equipes é difícil falar porque trabalham com uma fatia muito maior no mercado. A gente sabe que o fair play financeiro não existe, deveria existir, mas não existe. Então equipes do tamanho do Goiais acabam ficando extremamente prejudicadas justamente por não ter a mesma receita dos outros clubes. Mas não tem problema não, enquanto a gente não tem a mesma receita a gente procura fazer o jogo na nossa casa e compensar com a competência dos profissionais que aqui estão transformar em resultado a falta de investimento"

Apesar de todas estas limitações o dirigente está confiante na situação do seu time. "O Goiais vai fazer um campeonato de uma forma muito digna, muito competente, muito honrosa como sempre faz", garante.