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Mortes no campo na Amazônia já ultrapassam dados registrados no ano passado

Um conflito ganha destaque nesse cenário: a chacina de Pau D'Arco, no Pará, que ocorreu no fim de maio deste ano

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), em parceria com outras entidades, lançou nesta quinta-feira (28) o Atlas de Conflitos na Amazônia. O objetivo da publicação é dar visibilidade, principalmente por meio de mapas, aos conflitos no campo existentes nos nove estados da Amazônia Legal.

O material tece um cenário de embates que perduram anos, agravando a situação agrária na região. No capítulo de cada estado, um conflito ganha destaque. No Pará, por exemplo, o atlas apresenta a chacina de Pau D'Arco, que ocorreu no fim de maio deste ano; e pelo estado de Mato Grosso, o exemplo foi o massacre de Colniza, que ocorreu em abril.

No lançamento, representando o Ministério Público Federal, o procurador Felício Pontes ressaltou que o documento registra a morte das populações tradicionais.

"Ele é a demonstração clara de que as políticas públicas não deram certo, ou pior, foram concebidas para dar no que deu. Qual é o fim da linha? É a morte das populações tradicionais".

O procurador revelou que o Atlas será importante para o Ministério Público Federal, que definiu como diretriz para os próximos anos, enfatizar a promoção dos direitos humanos.

O geógrafo Gustavo Ferreira, que prestou assessoria na construção dos mapas destacou o número de conflitos nos estados. Em Mato Grosso, 70% dos municípios tem algum tipo de enfrentamento.

"Só pra ter uma ideia dos estados, no Amapá, 100% dos municípios estão envolvidos em conflitos. É claro que no Amapá nós temos 16 municípios, mas a totalidade dos municípios do Amapá estão envolvidos em conflitos vigentes hoje. No Mato Grosso tá na ordem de 70%, ou seja, o equivalente a 97 municípios de Mato Grosso estão envolvidos em conflitos".

A cada ano, a CPT também publica o caderno de Conflitos no Campo e a região Amazônica sempre ganha destaque. Em 2016, foram registrados 61 assassinatos por conflitos no campo em todo país, 48 deles na Amazônia Legal. Em 2017, até o momento, foram registrados 63 assassinatos, 49 deles na região amazônica.

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Criado em 28/09/2017 - 20:35