Adriano Karipuna é liderança indígena e relata o que tem passado por, junto com seus parentes, defender a Terra Indígena Karipuna, nos municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, de madeireiros ilegais, grileiros e garimpeiros.
“Por ser líder dos indígenas, já recebi ameaças de ligações anônimas, só que até agora não conseguimos rastrear de onde vieram essas ligações anônimas de ameaças de morte mesmo”.
O Ministério Público Federal em Rondônia enviou recomendação à Funai para que tome providências em relação à área. Para o órgão, há risco de genocídio, como informa o procurador federal Joel Bogo.
“Temos históricos de violência: um policial rodoviário federal foi morto, um agente da força nacional de segurança pública foi morto, os invasores atiraram contra o próprio helicóptero da polícia... então se os invasores eles têm essa atitude de enfrentamento contra a própria polícia, imagina contra os indígenas né, então, a situação de vulnerabilidade desses grupos indígenas é de fato preocupante”.
De acordo com o procurador, essa foi uma das áreas indígenas mais desmatadas em 2017. O MPF recomendou que a Funai apresente um plano emergencial e um plano de fiscalização permanente, mas, segundo o procurador Joel Bogo, o órgão indigenista apresenta a falta de orçamento como principal empecilho para desenvolver as ações.
A Terra Indígena Karipuna é uma área tradicionalmente ocupada e já regularizada pela Funai.
A assessoria da Funai informou que enviou os questionamentos da reportagem à Procuradoria Federal Especializada e aguarda uma posição sobre o caso.
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