Moradores reclamam de contaminação de rios em Barcarena

A população do entorno do Furo do Arrozal, em Barcarena, está denunciando a vários órgãos estaduais federais que doenças surgiram de uma contaminação das águas do rio. Segundo a população, eles estão tendo dores de cabeça, desmaios e coceiras ao usar a água do rio próximo à comunidade. Eles denunciam, ainda, que três mortes que aconteceram no município podem ter sido resultado dessa contaminação.

A comunidade responsabiliza a empresa alimentícia Bong Alimentos pela contaminação, uma multinacional que se instalou na região de Barcarena no começo do ano passado. O presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Barcarena, Bosco Oliveira, diz que os sintomas surgiram logo depois da instalação da multinacional.

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“Começaram a aparecer as primeiras coceiras e a gente achou estranho. Oficializamos e chamamos o Evandro Chagas para que ele viesse fazer um exame na comunidade pelo fato de que não era um morador. Todos os moradores, não só da nossa comunidade, como também do outro lado, que é da Foro do Arrozal, que são outras comunidades tradicionais, que são pescadores, em geral”.

Segundo a população, antes da chegada da empresa, os moradores usavam as águas para lavar roupa, tomar banho e até para beber. Agora, nem para a pesca o Foro do Arrozal é usado.

A população denuncia, ainda, que houve despejo de soja estragada nas águas, como conta Bosco Oliveira. “A barcaça podre, na realidade, saía à meia-noite e ficava de meia-noite até por volta das duas horas da manhã no rio”.

O Instituto Evandro Chagas acompanha o caso e já fez duas visitas ao local nas últimas semanas, coletando amostras de água dos rios e também de sedimentos do fundo do rio. Porém, o instituto ainda não tem o resultado das amostras, que deve sair daqui a 30 dias.

A multinacional Bong Alimentos, em nota enviada à redação da Rádio Cultura, disse que não despeja soja nos rios ou solo da região. Segundo a Bong, a soja é um alimento e não é tóxico. A empresa confirma o problema com uma barcaça de soja no mês passado em que a soja acabou apodrecendo, mas foi devidamente descartada por uma empresa especializada e afirma que não houve impacto ambiental.

Confira, ainda, no Repórter Amazônia desta segunda-feira (15):

- Fiscalização flagra crianças e adolescentes trabalhando durante o Arraial Boa Vista Junina, em Roraima.

- Mais de um ano após cheia histórica, MPF cobra melhorias em Porto Velho, Rondônia.

E mais:

- Evento no Acre discute acesso a políticas públicas para mulheres negras.

O Repórter Amazônia é uma produção da Rede de Rádios Públicas da Amazônia e vai ao ar, de segunda a sexta-feira, às 18h30, pela Rádio Nacional da Amazônia.