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Diretor de presídio no Amazonas é afastado do cargo

Dois dos detentos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim

Dois dos detentos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) escreveram carta 20 dias antes do massacre pedindo ajuda. Gezildo Nunes da Silva, que respondia por roubo, e Alcinei Gomes da Silveira, preso por homicídio, diziam estar sendo ameaçados e que tinham medo de serem assassinados. Os detentos também denunciavam diretores da unidade prisional de receber dinheiro da fação Família do Norte para permitir a entrada de armas, drogas e celulares no presídio.

 

Nesta terça-feira (10), o diretor do Compaj, José Carvalho da Silva foi afastado do cargo. José Carvalho ocupou o cargo de diretor-adjunto da unidade até final de dezembro. Ele assumiu a direção do Compaj três dias antes do massacre, após a saída de Ilson Vieira Ruiz. O nome de Carvalho é citado.

 

A carta foi entregue ao Defensor Público, Arthur Sant'anna, pela companheira de Gezildo Nunes. No dia 14 de dezembro, o defensor público anexou o documento ao processo do detento, para conhecimento do juiz Luis Carlos Valois, titular da Vara de Execuções Penais. O advogado também pediu para que os presos ficassem no Centro de Detenção Provisória.

 

Não houve despacho do pedido. Os nomes de Gezildo e Alcinei já foram confirmados entre os mortos.

 

Por meio de nota, o juiz Luís Carlos Valois afimou que não recebeu o documento em mãos e nem foi procurado pelo defensor ou advogado dos presos para tratar do referido assunto. A vara recebe centenas de documentos diariamente. E, no caso de informações sobre risco de vida de detentos, estes documentos são encaminhados pela Justiça também ao Ministério Público para ciência e manifestação, bem como a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado visando a obtenção de dados relacionados ao apenado.

 

A Presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas determinou a apuração dos fatos pela Corregedoria Geral de Justiça que instaurou procedimento nesta terça-feira.

 

Confira ainda no Repórter Amazônia desta terça-feira, 10: Em Brasília, defensores e representantes do Ministério da Justiça programam mutirão para reduzir superlotação carcerária no Amazonas; Defesa Civil emite alerta para enchente na região do Rio Juruá. E em Belém, entra em cartaz exposição inspirada na propaganda política.

 

O Repórter Amazônia é uma produção da Rede de Rádios Públicas da Amazônia e vai ao ar, de segunda a sexta-feira, às 18h30 pela Rádio Nacional da Amazônia.



Criado em 10/01/2017 - 22:28 e atualizado em 11/01/2017 - 12:23