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Cade investiga cartel de empresas que atuaram em obras de metrô e monotrilho em sete estados

O esquema foi revelado pela Camargo Corrêa, que assinou um acordo de leniência no dia 5 de dezembro com o CADE e com o Ministério Público Federal em São Paulo

Repórter Nacional

No AR em 18/12/2017 - 18:00

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu investigação para apurar a suspeita de um cartel entre empresas de infraestrutura que pode ter atuado fraudando a licitação de 21 obras de metrô e monotrilho em ao menos sete estados brasileiros.

As empresas financiavam os estudos técnicos usados para definir os critérios das licitações, de forma que as integrantes do cartel se tornassem as únicas concorrentes viáveis, e depois disso, combinavam entre si qual empresa seria a vencedora e os preços.

 

O esquema foi revelado pela Camargo Corrêa, que assinou um acordo de leniência no dia 5 de dezembro com o Cade e com o Ministério Público Federal em São Paulo. A investigação começou quando a vigésima terceira fase da Operação Lava Jato apreendeu um documento intitulado “Tatu Tênis Clube”, que faz referência a máquina de escavação usada nas obras de metro conhecida como Tatuzão. Apenas Camargo Correa, Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão possuíam a tecnologia. Outras empresas de abrangência regional teriam colaborado com a prática ilegal. 

 

Segundo o Cade, o cartel teria começado em 1998 e a prática anticompetitiva teria afetado até 2005, as obras do metrô de Fortaleza, de Salvador, a Linha 3 do metrô do Rio de Janeiro e as linhas Amarela e Verde do metrô de São Paulo.

 

De 2008 a 2013, há indícios da atuação do cartel nas obras das linhas lilás e verde do metro de São Paulo. Neste período, as empresas se organizaram para fraudar licitações de várias obras que não chegaram a ser implementadas, como o monotrilho na região do M’Boi Mirim, em São Paulo, o metro de Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.

 

Com a abertura da investigação, as empresas serão notificadas para apresentarem suas defesas. Não há prazo para o processo ser concluído, as 21 empresas envolvidas podem ser condenadas a multas de até 20 porcento de seu faturamento. Os executivos podem ser condenados a pagar até 2 bilhões de reais.

 

Em nota, a Camargo e Correa reafirma seu compromisso de manter investigações internas permanentes e colaborar com as autoridades, reportando qualquer conduta ilícita que venha a ser descoberta.

 

A Odebrecht e a Andrade Gutierrez informam que estão colaborando com a Justiça, que reconhecem os erros e assinaram acordos de leniência com as autoridades. A Construtora Queiroz Galvão afirma que não comenta investigações em andamento. E a OAS não respondeu nossos contatos.

 

Criado em 18/12/2017 - 19:12 - Episódio Repórter Nacional Edição 18H

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