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Pesquisadores encontram vírus da febre amarela em novo tipo de mosquito

Agora, cientistas investigam se o mosquito conhecido como Tigre Asiático criou um ciclo intermediário entre a febre amarela silvestre e a urbana.

Repórter Nacional

No AR em 15/02/2018 - 23:30

Pesquisadores descobriram uma espécie de mosquito que pode carregar o vírus da febre amarela silvestre para regiões urbanas. Os insetos foram capturados no ano passado, nos municípios de Alvarenga e Itueta, no leste de Minas Gerais, perto da divisa com o Espírito Santo.

O mosquito é da espécie Aedes albopictus – um primo do Aedes aegypti, conhecido como Tigre Asiático. Para Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, a grande quantidade de macacos infectados pelo vírus da febre amarela pode explicar a contaminação dos mosquitos.

O Aedes albopictus também transmite dengue e, em alguns países da Ásia, o vírus zika. Não se sabe se existe a relação desse mosquito com os casos de zika no Brasil.

Os cientistas vão estudar mais amostras do inseto em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 60 dias, vão saber se o Tigre Asiático leva o vírus da febre amarela silvestre para as cidades. No Brasil, a febre amarela tem dois ciclos: a silvestre, transmitida por mosquitos Haemagogus e Sabethes, na região de matas e que contamina principalmente os macacos; e a febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti, e que atinge os humanos.

Desde 1942, o país não registra casos de febre amarela urbana. Agora, os pesquisadores investigam se o Tigre Asiático criou um ciclo intermediário entre a febre amarela silvestre e a urbana. Isso nos colocaria ao lado de regiões da África, onde também existe um ciclo intermediário da doença. Pedro Vasconcelos destacou que o objetivo é saber se a quantidade de vírus que o Tigre Asiático carrega é inofensiva ou se pode transmitir febre amarela.

Desde o dia primeiro de julho do ano passado, o Ministério da Saúde confirmou 407 casos de febre amarela e 118 mortes. Os estados mais afetados foram São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e o Distrito Federal.

Apesar dos números, a campanha de vacinação, que terminaria neste fim de semana, imunizou apenas 3 milhões e 900 mil pessoas no Rio e em São Paulo. Menos de 20% do público-alvo. A meta é atingir 95% de cobertura. Por isso, o ministro da saúde, Ricardo Barros, fez um apelo para que a população destes estados compareçam aos postos de vacinação.

A vacinação contra febre amarela em São Paulo e no Rio de Janeiro  foi prorrogada por tempo indeterminado. Neste sábado, São Paulo terá mais um Dia D, de mobilização, e, na segunda-feira, também começa a vacinação na Bahia.

Ouça o Repórter Nacional (23h30) desta quinta-feira (15) na íntegra:

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Criado em 16/02/2018 - 00:53 e atualizado em 16/02/2018 - 00:50

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