A uma semana das eleições, a 20ª edição da Parada LGBTI do Rio de Janeiro pediu comprometimento do público e da população com candidatos que apoiem a luta do movimento. O evento lotou mais uma vez a orla de Copacabana neste domingo (30) com o tema “Vote em ideias, não em pessoas. Vote em quem tem compromisso com as causas LGBTI”.
Para o fundador da Parada no Brasil, Cláudio Nascimento, o momento político do país pedia um tema forte.
"Estamos à beira do precipício, no momento de uma onda conservadora extremamente potente. Nós temos que frear essa onda, porque é perigoso para a comunidade lgtb, para as mulheres, para a comunidaade negra. Porque os valores que estão sendo difundidos são valores de desreipeito e de negação da diversidade humana", explica Cláudio Nascimento.
O presidente do Grupo Arco-Íris, ONG que organiza a parada, Almir França, avalia que entre as reivindicações principais do movimento é urgente a criação de uma lei que penalize a homofobia no país.
"A gente não precisa de uma lei que garanta a homossexualidade, a bissexualidade. A gente precisa de lei que criminalize a homofobia, isso é um fato. A gente precisa de lei que criminalize a questão racial, a questão religiosa, até porque se você de fato aprofundar a nossa constituição, isso está lá", destaca Almir França.
Pelo segundo ano, a organização não conseguiu apoio da prefeitura para o evento. O valor arrecadado com apoiadores privados representa menos da metade do custo total. Ainda assim, a Parada que movimenta também o turismo na cidade contou com dez trios e mais de cem artistas, que não cobraram cachê.
A dragqueen Suzy Brasil foi a condutora dos shows e também uma das atrações. Para Suzy, ir para as ruas é fundamental para fazer política e debater a causa LGBT. Ela também comentou o momento que o país vive.
"A gente vive um momento muito complicado. A gente que trabalha no meio sente que está vindo uma nuvem negra, então a gente tem que tentar afastar essa história", ressalta Susy.
A travesti Amanda Carraro que participa há dez anos da Parada se preparou durante um mês para o evento deste domingo.
"Todos os anos eu venho pra cá bem cedo para mostrar pro povo que gay não é doença, é saúde e felicidade. Nós somos diferentes, nós não somos anormais, nem doentes, nós somos só diferentes", lembra Amanda.
O encerramento da Parada foi uma grande homenagem aos 40 anos do movimento LGBTI e a cultura popular do Rio e do Brasil. Um carro trouxe capas do jornal “Lampião da Esquina”, que marcou o início do movimento.
Em nota, a prefeitura do Rio informou por meio da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual que disponibilizou toda estrutura dos órgãos municipais para a realização do evento e que o investimento do município é de R$ 500 mil em serviços de apoio. A prefeitura disse ainda que um grupo que organizada a parada recebeu isenção de R$ 76 mil de taxas municipais.
Outros destaques do Repórter Nacional:
- Faltam 7 dias para as Eleições 2018;
- Corpo da cantora Ângela Maria é enterrado em São Paulo;
- Terremoto na Indonésia seguido por Tsunami deixa mais de 800 mortos.