Há 30 anos, crianças e adolescentes de todo o mundo ganhavam um tratado que assegurava o direito a ter direitos. Em 20 de novembro de 1989, 196 países assinaram a Convenção Sobre os Direitos da Criança, documento mais ratificado da história.
Décadas atrás, os grandes desafios eram, por exemplo, a mortalidade infantil, crianças fora da escola e a violência. Atualmente, esses enfrentamentos continuam, mas as crianças também passam por novos problemas que vão desde as mudanças climáticas, o mau uso da internet, até problemas mentais.
Alguns temas são ainda um tabu. É o caso do suicídio.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, essa é a 3ª maior causa de morte de adolescentes entre 15 e 19 anos e ocorre tanto em países pobres, quanto em países ricos. No Brasil, nos últimos 10 anos, o número de suicídios na faixa etária entre 10 e 19 anos passou de 714 para 1.047.
O coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef no Brasil, Mário Volpi, aponta que os maiores índices brasileiros de suicídio entre crianças e adolescentes ocorrem na população indígena.
A adolescente Nívia Maria tem 18 anos e é moradora da comunidade do Coque no Recife, Pernambuco. Ela conhece adolescentes que já tentaram tirar a própria vida. Para ela, a sociedade tenta impor padrões que o adolescente muitas vezes não consegue suportar e isso deve ser falado dentro das escolas.
O Unicef ainda estuda dados e reúne informações sobre esse problema que atinge crianças e adolescentes em todo o mundo.
No relatório lançado neste mês, por ocasião dos 30 anos da Convenção dos Direitos da Criança, uma das saídas apontadas é o investimento nas janelas de oportunidade que são a primeira infância e a adolescência.
A entidade acredita que se existir investimentos e respeito aos direitos principalmente nessas faixas etárias, muitos problemas graves como o suicídio, serão minimizados.
Ouça o Repórter Nacional (7h) desta quarta -feira (20):
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