Uma ação na internet conseguiu identificar pedófilos ou potenciais pedófilos, por meio do interesse das pessoas em temas relacionados a pedofilia nos sites de busca. Premiada internacionalmente, a campanha batizada como “A Última Pesquisa”, da ONG Bandeiras Brancas, já atingiu mais de 123 mil brasileiros que tiveram a curiosidade de olhar fotos na internet de crianças nuas.
Uma notícia falsa de que uma criança de 12 anos havia posado nua para arrecadar dinheiro para ir à Disney, divulgada pelo movimento no site de humor “Sensacionalista”, deu início a ação. De acordo com o publicitário Brunno Barbosa, criador da campanha, a ideia era inicialmente criar um impacto nas pessoas curiosas que clicaram na matéria. Quem acessava a página, na verdade recebia a mensagem de que o compartilhamento de material com crianças nuas era crime. A mensagem também pedia para que as pessoas denunciassem tal prática.
Após atrair cliques para matéria, os organizadores conseguiram ranquear a notícia, colocando-a nos primeiros lugares dos buscadores, como o google. Com isso, pessoas que de fato buscavam na internet coisas como “fotos de meninas nuas”, acabavam caindo no site e a mensagem passou a ser enviada para quem realmente tinha interesse no assunto. “A gente acabava passando a mensagem para a pessoa certa, ou seja, as pessoas que realmente procuravam, não mais para quem talvez recebido na sua timeline e ela acabou olhando para saber do que se tratava ou por curiosidade”, disse Brunno Barbosa.
O publicitário explicou que, desta fase, para ter acesso às supostas fotos, as pessoas disponibilizavam dados pessoais como nome, foto e e-mail. A ONG criou um banco de dados com as informações dessas pessoas e passou a entrar em contato com elas, a maioria homens entre 20 e 55 anos. “Passamos mensagens dizendo que a gente não não ia fazer nada com os dados deles, mas que podia haver algo de errado e encaminhávamos para ambulatórios que tratam esse tipo de doença”, recordou Barbosa.
Além de crime, a pedofilia está entre as doenças classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre os transtornos da preferência sexual.
O trabalho foi transformado em um filme de sete minutos, que conta a história da campanha, fala sobre o autodiagnóstico pede o compartilhamento do vídeo da campanha. Assista:
Para mais informações sobre o projeto "A Última Pesquisa" clique aqui.
Você confere a entrevista completa com jornalista, publicitário e coordenador da ONG Bandeiras Brancas, Bruno Barbosa, no player no topo da matéria.
O Revista Brasil vai ao ar de segunda a sábado, às 8h, na Rádio Nacional de Brasília. O programa desta quarta-feira (11) teve a apresentação de Andhrea Tavares. A jornalista substituiu Valter Lima, que está de férias.