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Transamazônica: saiba o que mudou em 45 anos de construção

O projeto de reforma da BR-230 começou em 1970, com a ambiciosa meta

Com a ambiciosa meta de ser a “rodovia da integração nacional,” a construção da BR-230 começou em 1970, no governo do general Médici. O projeto inicial era fazer uma estrada que ligasse Cabedelo, na Paraíba, até a cidade de fronteira de Benjamin Constant, no Amazonas, e de lá seguiria pelo Peru e Equador até o Pacífico, para escoar a produção brasileira. A estrada nunca chegou até lá. O ponto final é em Lábrea, no Amazonas.

 

Com 4.223 quilômetros de extensão, a Transamazônica é uma das maiores rodovias do mundo. Ela atravessa sete estados (Paraíba, Ceará, Maranhão, Tocantins, Piauí, Pará e Amazonas), corta 63 municípios e passa por três ecossistemas. Um longo trecho ainda está inacabado e não foi asfaltado. O tráfego é difícil, especialmente no período de chuvas (outubro a março), o que prejudica o abastecimento.

 

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O mesa redonda do programa Revista Brasil desta sexta-feira (9) discutiu os pontos positivos e negativos da Transamazônica. Participaram do debate o secretário-executivo da Associação das Rodovias Transamazônica, Santarém Cuiabá e Região Oeste do Pará, Aprígio Pereira da Silva, e o diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, Luiz Antônio Garcia. A apresentação em Brasília é do jornalista Valter Lima; no Rio de Janeiro, de Marco Aurélio, âncora do programa Todas as Vozes; e na Rádio Nacional da Amazônia, Mara Régia.

 

Aprígio Pereira da Silva contou que viveu na Transamazônica a etapa do “inferno” e hoje está vivendo o “paraíso”. Ele explica que essa filosofia de preservação que existe hoje não existia no início. “Na época, derrubar uma árvore, uma castanheira, era símbolo do desenvolvimento e não de crime”.

 

Na opinião de Aprígio, o trecho da Transamazônica do Pará é um “paraíso” se comparado ao que era nos anos 70. Ele considera o trecho muito importante para o desenvolvimento da cidade, da logística e, portanto, para a economia da região.

 

Para o diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, Luiz Antônio Garcia, a questão da acessibilidade é uma meta a ser atingida e melhorada.

 

“Temos hoje uma rodovia com mais de 4.842 de extensão, que é a BR-230, que tem seu marco zero em Cabedelo, na Paraíba, e corta toda a Região Norte, chegando à Benjamim Constant”. Ele explica que tem mais de 600 km de obras de implantação e pavimentação desta rodovia dentro do estado do Pará, que é uma rodovia prioritária para o Governo Federal.

 

Segundo o diretor, a Transamazônica é um importante corredor de escoamento de produção e de interligação de diversas comunidades da Amazônia a todos os outros corredores que cortam o território nacional. “Aí sim, teremos, de fato, uma integração, uma acessibilidade adequada para aquela região”, ressaltou.

 

Luiz Antônio Garcia esclareceu que nestes 45 anos da Transamazônica houve uma mudança da linha de raciocínio, da filosofia que se trabalhava no início e, hoje, se tem uma filosofia diferente.

 

“Antigamente, o mote era conquistar, ocupar a Amazônia. Hoje, o mote é preservar a Amazônia”, contou.

 

A Mesa Redonda do programa Revista Brasil é uma produção das Rádios EBC e vai ao ar às sextas-feiras, na Rádio Nacional de Brasília.



Criado em 13/10/2015 - 13:40 e atualizado em 13/10/2015 - 09:39

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