Saiba como Brasil entrou na corrida espacial durante a Guerra Fria

Da mesma forma que os Estados Unidos têm ações desenvolvidas pela Nasa, o Brasil também tem seu programa espacial. Para falar sobre o assunto, o Revista Brasil convidou a pesquisadora em História da Ciência e Tecnologia e especialista no Programa Espacial Brasileiro, Ana Lúcia do Amaral Vilas Boas.

Ela lembra que o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (Gocnae) foi criado pelo então presidente Jânio Quadros em 1961, quando ainda eram bem recentes os efeitos da bomba atômica nas cidades japonesas Hiroshima e Nakasaki. As bombas foram lançadas por veículos lançadores de satélites. De acordo com a pesquisador, a partir desse momento se deu a largada da corrida espacial. Primeiro pela Rússia e, depois, seguido pelos Estados Unidos.

Oo Brasil foi o primeiro país do terceiro mundo a ter seu programa espacial. Criado em Criado em 1961, ficou a cargo dos militares "por ser uma questão de defesa e segurança do estado nacional", afirma a pesquisadora.

Com o fim da ditadura, o programa passou para esfera civil, obedecendo a uma tendência mundial: “as tecnologias desenvolvidas pelos militares foram disponibilizadas para sociedade civil, como por exemplo os satélitos usados para o GPS (Sistema de Posição Global) ”, ressalta Ana Vilas Boas.

Durante a entrevista, Ana Lúcia Vilas Boas analisou também o Cbers (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), um satélite margeador, que consegue fazer imagens da superfície terrestre com alto grau de resolução. Esse satélite foi desenvolvido nos anos 1980, em parceria com a China e lançado de lá em dezembro de 2015. “É uma maneira do Brasil romper os limites do segredo tecnológico, que envolve as tecnologias espaciais”, explica.

Confira mais informações sobre o Programa Espacial Brasileiro nesta entrevista ao Revista Brasil, com Valter Lima. O programa vai ao ar de segunda-feira a sábado, às 8h, na Rádio Nacional de Brasília.