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Pesquisador Maurício Barros de Castro e a exposição “Esqueleto: uma história do Rio”

Mostra reúne obras inspiradas na história da extinta Favela do Esqueleto no Rio

Tarde Nacional

No AR em 30/04/2019 - 18:08

Em entrevista ao Tarde Nacional, o pesquisador, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e doutor em História, Maurício Barros de Castro, falou sobre a exposição coletiva, “Esqueleto: uma história do Rio”, em que divide a curadoria com Fred Coelho. Trata-se de uma produção do coletivo de artistas "Arte Clube Jacaranda".

 

A partir de pesquisa de imagens da Favela do Esqueleto, no Maracanã, veio a ideia de realizar uma exposição sobre a comunidade erguida ao redor de um prédio inacabado, que se tornou uma das maiores favelas do Rio de Janeiro.  “Esqueleto: uma história do Rio” apresenta obras de artistas de gerações distintas, como Hélio Oiticica, Carlos Vergara, Raul Mourão, Gustavo Speridião, Luiza Baldan, Marcos Chaves, Guga Ferraz, Raïssa de Góes, Thaís Rocha, João Paulo Racy, Rona e Edu Monteiro para tratar de um regime de urgência e da violência cotidiana vivida em toda a cidade.  Em parceria com com a Revista Jacaranda, a exposição está na Galeria Aymoré, na Glória, até o dia 11 de maio.

 

No início da década de 1960, as famílias que moravam no local foram removidas.  Em meados dos anos 1970, a estrutura abandonada do edifício foi aproveitada para construção da UERJ, que mais tarde se tornou pioneira na implementação do sistema de cotas raciais na universidade pública no Brasil. Na Favela do Esqueleto, Hélio Oiticica conheceu Cara de Cavalo, assassinado pelo famigerado Esquadrão Lecoque. A Homenagem ao Cara de Cavalo, uma das obras seminais do artista, reverencia o amigo morto e lança questões sobre a marginalidade imposta às “periferias” da cidade. “Assim como Hélio, os artistas reunidos nessa exposição falam de um Rio marcado por conflitos, remoções e arruinamento dos espaços públicos, sem perder de vista que se trata de uma violência que acontece com muito mais intensidade nas favelas cariocas. Espaços que, mesmo entrincheirados entre tiroteios e balas perdidas, se reinventam e mostram sua força”, diz Maurício Barros de Castro.

 

SERVIÇO: Exposição “Esqueleto: uma história do Rio”

Curadoria de Fred Coelho e Maurício Barros de Castro

Encerramento da exposição em 11 de maio.

Galeria Aymoré - Villa Aymoré

Funcionamento de terça à sábado, 13h - 18h

Rua Ladeira da Glória, 26 - Glória - Rio de Janeiro

 

Mais sobre Maurício Barros de Castro: Escritor, pesquisador, doutor em História pela USP, professor do Instituto de Artes e do Programa de Pós-Graduação em Artes da UERJ. // Autor de Zicartola: política e samba na casa de Cartola e Dona Zica (2ª ed., 2013) e  Estácio: vidas e obras (2013), com Bernardo Vilhena. Entre 2013 e 2014, viajou por nove países africanos para percorrer os lugares de memória da escravidão na África, uma aventura que resultou no livro Do outro lado (2014), com Ana Maria Gonçalves e Cesar Fraga (que já participou do Tarde Nacional lançando seu  livro de fotos sobre São Jorge em 2018). Também participou da coletânea de crônicas O meu lugar (2015), organizada por Luiz Antônio Simas e Marcelo Moutinho.

Criado em 30/04/2019 - 18:23

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