O mineiro Otto Lara Resende era um talento para as letras e um amigo de boas palavras. Filho do professor de gramática e memorialista Antônio de Lara Resende e de Maria Julieta de Oliveira, ele era o quarto dos 20 filhos do casal. Aos 14 anos passou a lecionar francês e aos 18 iniciou seu trabalho como jornalista no O Diário, de Belo Horizonte.
Foi jornalista em diversos veículos: O Globo, Diário Carioca, Correio da Manhã, Última Hora, Revista Manchete e Jornal do Brasil, entre outros.
Sua estreia como escritor de ficção aconteceu com o livro de contos O lado humano. Cinco anos depois, publicou Boca do inferno, também de contos. Viria a escrever ainda os livros O retrato na gaveta, em 1962, e O braço direito, em 1963. Um ano depois, escreveu o conto A cilada, sobre a avareza no livro Os sete pecados capitais. Escreveu As pompas do muro, de contos também, em 1975.
Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1979. Aos 69 anos, foi contratado como colunista do Jornal a Folha de São Paulo. Estreou com o título Bom dia para nascer. A reunião das crônicas da coluna virou livro. Os ensaios publicados na imprensa lhe renderam a obra póstuma O principe e o sabiá. Novelas que ele tinha escrito e não publicado também foram reunidas em livro póstumo: A testemunha silenciosa.
Otto Lara Resende morreu no Rio de Janeiro em 1992, aos 70 anos, deixando saudade no coração da família, dos amigos e dos leitores.