O mês de julho chega e com ele vem o frio no hemisfério sul e a certeza de que metade do ano já foi. Agora temos mais meio ano para viver esse 2022 intensamente. Que tal fazer isso com poesia?
A escritora e poeta mineira Sônia de Fátima Machado Silva, nascida na cidade de Coromandel, no interior do triângulo mineiro, é um nome que nos convida para boas leituras em livros dela como Sonetos ao vento, Sóis de verão, Versos & reversos, Pedaços de mim, Pétalas da primavera ou Flocos de inverno. Estes são apenas alguns dos quase 20 títulos publicados por esta escritora que é pedagoga e é especialista em mídias na educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
Entre as diversas publicações há uma antologia da CBJE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores) do Rio de Janeiro, na qual Sonia participa com a poesia Um poema para julho.
Foram versos escritos para concorrer exatamente a uma página como poeta na obra que homenagearia Carlos Drummond de Andrade por conta da passagem do dia 25 de julho, o Dia nacional do escritor.
Seu texto foi escolhido e Sônia de Fátima Machado Silva ainda ganhou um certificado de qualidade literária e uma medalha de autor em destaque 2015. É com os versos de Um poema para julho que este Momento Literário termina.
Um poema para julho
eu queria muito fazer um poema
nessa mórbida manhã de frio
quando as brumas madrigais
ainda cobrem as serras dormidas ...
então estive pensando um tema ...
talvez o de sempre quando me angustio.
e só as palavras acalmam os ais
das esperanças desvanecidas ...
decidi: seria um poema para julho,
mas que pudesse acalmar minha alma.
com certeza não será diferente dos que escrevi
porque minha alma só se abre nas entrelinhas.
aqui dentro há tanto entulho!
nunca trago nada na palma.
minhas palavras nunca são abertas, já percebi...
e as poesias taciturnas são minhas vizinhas...
não que eu queira lamentar ou esconder algo.
mas porque não é fácil lidar com o “eu” ...
e um poema para julho é só uma desculpa, penso ...
uma desculpa para essa necessidade
de gritar qualquer coisa nesse dia amargo
quando a luz preguiçosa do sol se perdeu
nos gélidos cristais da alcatifa e também em meu senso.
é hora de escrever, a minha alma sente ...