Especial "130 anos de Malcolm Sargent", no Caderno de Música

O Caderno de Música deste domingo (27) celebra os 130 anos de nascimento de Sir Malcolm Sargent, um dos nomes mais emblemáticos da música britânica no século XX. Sua trajetória como maestro, compositor, instrumentista e incansável divulgador da música coral o tornou uma figura central na vida musical do Reino Unido.

Harold Malcolm Watts Sargent nasceu em 29 de abril de 1895, na cidade de Ashford, em Kent e demonstrou desde cedo grande talento musical, tornando-se o mais jovem Doutor em Música da Inglaterra aos 24 anos. Ele Iniciou sua carreira como organista em Melton Mowbray e destacou-se na direção de óperas amadoras de Gilbert e Sullivan. Sua ascensão nacional ocorreu nos anos 1920, quando conduziu a Companhia de Ópera D'Oyly Carte e os Ballets Russes, sendo aclamado por sua musicalidade e presença de palco. Em 1928, assumiu a direção da Royal Choral Society, cargo que manteve por quase quatro décadas.​  

Malcolm Sargent foi um dos maestros mais influentes do Reino Unido, liderando orquestras como a BBC Symphony Orchestra, a London Philharmonic e a Royal Philharmonic Orchestra. De 1948 até sua morte, foi o maestro titular nos Promenade Concerts — hoje conhecidos como BBC Proms — e sua atuação foi decisiva para a popularização da música clássica no Reino Unido. O estilo elegante e o gestual preciso no pódio, somados à sua habilidade de comunicação com o público, transformaram os concertos em verdadeiros eventos culturais. Sargent também se destacou na promoção de compositores ingleses, como Edward Elgar, Ralph Vaughan Williams e William Walton.

Embora mais conhecido como regente, ele também se dedicou como organista e compositor, especialmente em sua juventude. Ainda que sua produção como compositor tenha sido relativamente pequena, ela revela um músico sensível e atento às tendências do início do século XX. Seu catálogo musical inclui peças para orquestra, música de câmara e coros para o Natal. 

Sir Malcolm Sargent faleceu em 3 de outubro de 1967, aos 72 anos, vítima de câncer. Seu legado permanece vivo na tradição musical britânica, especialmente na forma como os concertos são apresentados ao público e na relação entre os músicos, as instituições culturais e os meios de comunicação. Com uma energia contagiante e compromisso com a excelência musical, ele ajudou a redefinir o papel do maestro no século 20, tornando-se uma ponte entre a sala de concerto e o grande público.

O Caderno de Música vai ao ar neste domingo, 12h30, na Rádio MEC. A edição contou com a apresentação de Sidney Ferreira, com texto e produção de Carina Amorim.