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Homenagem a Georges Bizet, no Caderno de Música

O programa relembra os 150 anos da morte do compositor

Caderno de Música

No AR em 01/06/2025 - 12:30

O Caderno de Música deste domingo (01), pela série “Biografias”, relembra a trajetória de Georges Bizet, compositor francês que morreu há 150 anos, aos 36 anos de idade. Mesmo com uma vida curta, ele nos deixou obras marcantes, sobretudo no teatro musical, e um estilo que antecipa aspectos importantes do realismo na ópera.

Georges Bizet nasceu em Paris, em 25 de outubro de 1838, em uma família ligada à música: o pai era professor de canto e a mãe, pianista amadora. Com esse ambiente musical em casa, Bizet não demorou a demonstrar talento. Com apenas nove anos, antes da idade mínima permitida, ele foi aceito no Conservatório de Paris, onde estudou piano com Antoine Marmontel e composição com Halévy, que posteriormente se tornou seu sogro. O jovem músico se destacou logo cedo, ganhando importantes prêmios, como o prestigiado Prix de Roma, que lhe permitiu estudar na Itália entre 1857 e 1860. Nesse período, ele compôs obras orquestrais, sacras e vocais, mas sua atenção logo se voltaria para o teatro musicado.   

De volta a Paris, Bizet passou a trabalhar principalmente como compositor de óperas. Seus primeiros trabalhos para o palco, como Les pêcheurs de perles e La jolie fille de Perth, foram recebidos com interesse, mas não alcançaram grande sucesso. Paralelamente, ele ganhava a vida como pianista, arranjador e copista. Um dos momentos mais importantes da carreira de Bizet veio com a ópera Djamileh, que, apesar de criticada à época, já antecipava algumas inovações que Bizet desenvolveria em sua obra-prima, Carmen. Em 1871, estreou a suíte L’Arlésienne, música incidental composta para a peça de Alphonse Daudet, elogiada por sua orquestração e expressividade. 

Mas foi “Carmen”, estreada em março de 1875 na Ópera Cômica de Paris, que marcaria definitivamente sua carreira. A recepção inicial foi mista, com críticas ao realismo da trama e à força da personagem principal. No entanto, poucos meses depois, “Carmen” começou a ser reapresentada fora da França, com crescente sucesso. Bizet, porém, não pôde testemunhar esse reconhecimento, já que morreu subitamente em junho do mesmo ano, aos 36 anos, sem ver sua ópera conquistar o público e se tornar uma das mais célebres da história.

Bizet faleceu subitamente, em 3 de junho de 1875, apenas três meses após a estreia de "Carmen", vítima de complicações após uma crise cardíaca. Seu legado, porém, só se consolidou nas décadas seguintes. O seu estilo combina clareza melódica, refinamento harmônico e um uso expressivo da orquestra, além de um gosto por cores locais e ambientes exóticos, presentes em obras como Les pêcheurs de perles e Carmen. O compositor deixou uma marca significativa na história da ópera francesa, antecipando tendências que se desenvolveriam plenamente com compositores como Massenet e Debussy.

 

O Caderno de Música vai ao ar neste domingo, às 12:30, na Rádio MEC. A edição contou com a apresentação de Sidney Ferreira, com texto e produção de Carina Amorim.

Criado em 27/05/2025 - 17:56 - Episódio Caderno de Música 01/06/25

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