O Caderno de Música deste domingo (06) traz mais uma edição da série “Biografias” e celebra os 165 anos de nascimento de Gustav Mahler, um dos mais marcantes compositores do fim do Romantismo e início do período moderno. Nascido em 7 de julho de 1860, Mahler foi também um regente notável, cuja obra e trajetória influenciaram gerações.
Gustav Mahler nasceu na cidade de Kaliště, na Boêmia, região então pertencente ao Império Austro-Húngaro. Filho de judeus, enfrentou desde cedo tensões culturais e sociais. Costumava dizer que era “três vezes apátrida: como natural da Boêmia na Áustria; como austríaco na Alemanha; e como judeu no mundo inteiro.” Essa sensação de deslocamento e os conflitos familiares marcaram profundamente sua personalidade e sua música.
Desde criança, Mahler mostrou aptidão excepcional. Começou a estudar piano aos seis anos e deu seu primeiro recital antes dos dez. Aos 15, ingressou no Conservatório de Viena, onde compôs o “Quarteto para piano em lá menor”, uma das poucas obras de juventude que sobreviveram. Após se formar no conservatório, Mahler dividiu-se entre a carreira de professor, compositor e maestro. Com o tempo, tornou-se um dos regentes mais requisitados da Europa, ocupando cargos importantes como o de diretor da Ópera Real de Budapeste, regente titular do Teatro de Hamburgo e diretor da Ópera da Corte de Viena. Em Viena, foi responsável por estreias importantes, conduzindo mais de 120 obras. Seu perfeccionismo e autoridade marcavam seu estilo de regência, que era admirado por uns, e temido por outros.
Mahler é um dos grandes nomes da transição entre o Romantismo e a música do século XX. Suas obras mesclam tradição e inovação: influenciado por Brahms, Wagner e Bruckner, ele explorou novos caminhos com orquestrações complexas, combinações inusitadas de timbres e experimentações com a tonalidade. Essas características deixaram marcas em compositores como Schönberg, Britten e Alban Berg.
O Caderno de Música vai ao ar neste domingo, às 12h30, na Rádio MEC.