O Festa do Disco, programa da Rádio Nacional que detalha os bastidores da criação de álbuns brasileiros icônicos, destaca no episódio deste domingo (25) a história de “A Triste Partida”, considerado um dos mais importantes discos da carreira de Luiz Gonzaga. Para falar sobre o álbum que foi lançado em 1964 pela gravadora RCA, Cibele Tenório recebe o escritor e pesquisador Paulo Wanderley, um profundo conhecedor e especialista no universo gonzagueano.
A canção que dá título ao álbum é um poema de Patativa do Assaré que conta a epopeia do êxodo rural de uma família nordestina que decide se mudar para São Paulo para, como diz um dos versos da canção, viver ou morrer.
Rei absoluto nas décadas de 40 e 50, Gonzagão testemunhou, nos anos 60, o surgimento de novos movimentos musicais, como a bossa nova e a Jovem Guarda, que desviaram os holofotes de sua arte. As emissoras de rádio, especialmente nos grandes centros urbanos e capitais, gradativamente silenciavam os acordes do Rei do Baião. Foi então que Gonzaga decidiu trilhar os caminhos do Brasil profundo, explorando os recantos onde sua música permanecia acolhida. E foi nessas andanças pelo interior que o destino o levou a Sumé, cidade paraibana, onde conheceu Zé Marcolino, um fã de Gonzaga que sonhava em ter uma de suas composições gravadas pelo rei.
Nesse encontro com Gonzaga, Zé Marcolino teve a chance de apresentar suas canções. Encantado com o talento do jovem compositor, o Rei do Baião o convidou a segui-lo para o Rio de Janeiro. Desse encontro nasceu “Numa Sala de Reboco”, um dos hinos do forró que faz parte do repertório do álbum “A Triste Partida”.
Para ouvir o papo com Paulo Vanderley e as canções de “A Triste Partida”, clique no player acima.