De 25 a 28 de junho, mais de 300 jovens e lideranças de comunidades extrativistas da Amazônia se reúnem no município de Alvarães (AM), no Quilombo São Francisco do Bauana, para o III Encontro das Juventudes, Povos e Comunidades Tradicionais. O evento tem como tema “Juventudes Extrativistas de mãos dadas pelo clima, rumo à COP30” e tem como objetivo fortalecer o protagonismo das novas gerações na proteção dos territórios coletivos e na defesa da sociobiodiversidade.
Durante entrevista ao programa Nacional Jovem, da Rádio Nacional da Amazônia, Huéfeson Falcão dos Santos, liderança do movimento, destacou a importância de preparar as juventudes amazônicas para a COP30, que acontecerá em 2025, em Belém (PA). Ele reforçou que os jovens de povos e comunidades tradicionais já atuam em seus territórios com ações concretas de preservação ambiental, e agora também buscam participar ativamente das decisões globais sobre o clima.
"Queremos uma COP com a cara dos nossos territórios, com as vozes das nossas comunidades, e com a força das nossas juventudes", afirmou Huéfeson durante a entrevista.
Além da formação e troca de experiências entre as juventudes, o encontro também traz à tona debates sobre a regularização fundiária, infraestrutura das Reservas Extrativistas (RESEXs), economia da sociobiodiversidade, educação socioambiental e o papel dos modos de vida tradicionais no enfrentamento da crise climática.
Durante o programa, foram exibidos também os depoimentos de jovens participantes como Keulyane Castro, da comunidade Jauarituba, e Evelin Pantoja, do próprio Quilombo São Francisco do Bauana, que falaram sobre o sentimento de pertencimento, resistência e o desejo de serem ouvidas nos espaços de poder.

O evento é organizado pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), em parceria com organizações locais e instituições ambientais nacionais e internacionais.