A carteira assinada já foi sinônimo de estabilidade, segurança e conquista no mercado de trabalho. Mas nos últimos anos, esse modelo tradicional — regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) — passou a ser encarado com desconfiança por muitos jovens. Em alguns casos, virou até motivo de piada.
Um episódio nas redes sociais chamou atenção recentemente: a influenciadora Fabiana Sobrinho revelou que a própria filha, de apenas 12 anos, passou a usar a palavra “CLT” como ofensa, associando o termo à falta de ambição. A história viralizou e levantou uma pergunta importante: o que a CLT representa hoje para a juventude?

Kaliane ferreira Rodrigues (24 anos). Trabalho digno ainda é exceção para população negra, aponta estudo do Geledés levantamento evidencia permanência do racismo estrutural nas formas de inserção da população negra no mercado de trabalho brasileiro
Para refletir sobre o tema, o Nacional Jovem conversou com Ruy Braga, sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP), especialista em relações de trabalho. Na entrevista, ele analisa as transformações no mercado nos últimos anos, o impacto das plataformas digitais, a precarização dos direitos trabalhistas e a crise de identidade do trabalho formal no Brasil.
Ruy também fala sobre a dificuldade dos sindicatos em dialogar com os jovens, os desafios das novas formas de emprego — como o trabalho por aplicativos — e o que pode ser feito para reconstruir a ideia de trabalho digno no país.
Um papo direto e necessário, especialmente para quem está começando a vida profissional agora e tentando entender qual caminho seguir.