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Ouça retrospectiva do primeiro trimestre dos fatos que marcaram 2020 no Rio de Janeiro

2020 começou com um gosto amargo na capital do Rio de Janeiro

Painel Nacional

No AR em 28/12/2020 - 10:00

2020 começou com um gosto amargo na capital do Rio de Janeiro. Já na primeira semana, moradores de vários bairros estranharam o cheiro, o sabor e a cor da água distribuída pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Uma semana depois, a companhia informou que a vilã era uma substância chamada geosmina, que aumentou devido à grande quantidade de algas no local de captação - o rio Guandu. Entre os motivos deste aumento, a presença excessiva de esgoto. Apesar da insistência do governo do estado de que a substância é inofensiva, a situação causou a disparada do preço e do consumo de água mineral, que chegou a faltar na cidade.

Foi no primeiro mês do ano também que, apesar dos alertas de que uma grande crise sanitária poderia atingir o país, o sistema de saúde pública mostrou mais uma vez a fragilidade dos contratos com organizações sociais. Mais à frente, vieram as primeiras denúncias de irregularidades. Janeiro evidenciou, ainda, a falta de políticas públicas nas cidades do Estado para lidar com os tradicionais temporais de verão. Mais de dez mil pessoas ficaram desalojadas em todo o Rio de Janeiro.

Em fevereiro, enquanto muitos já viviam o clima do carnaval, cientistas já alertavam para a necessidade de uma resposta brasileira ao novo coronavírus. A Fiocruz recebeu representantes da Organização Panamericana de Saúde (Opas) para uma capacitação sobre o diagnóstico da infecção. Enquanto o perigo da pandemia de covid-19 já assustava o mundo, o Rio registrava números recordes no carnaval de rua. Sete milhões de foliões foram às ruas da cidade, em 384 blocos oficiais, 408 desfiles e sete megablocos, que acabaram se transformando na última aglomeração antes da crise sanitária estourar.

Antes de acabar o mês, no entanto, a folia dá lugar a preocupação. No dia 28, a Secretaria de Saúde confirma que investigava cinco casos suspeitos de coronavírus. Em 5 de março veio a confirmação do primeiro registro, em Barra Mansa, no sul fluminense. A infectada havia viajado para a Europa. No dia 16 de março, a pandemia já toma todas as atenções. A situação de emergência no estado foi decretada em 17 de março, dois dias antes da morte da primeira morte pela doença: a trabalhadora doméstica Cleonice Gonçalves, de 63 anos, que trabalhava em um bairro nobre da capital e pegou covid-19 da patroa, recém-chegada da Itália.

Menos de uma semana depois, o comércio não essencial da capital foi fechado e anunciadas restrições à circulação. O  Rio chega ao final do mês com 23 mortes confirmadas. Março se encerrou com a promessa do governo do estado de inaugurar 1.800 leitos em hospitais de campanha, mas os próximos meses acabaram revelando o desrespeito ao compromisso: apenas dois de sete hospitais previstos foram entregues.

Ouça na reportagem de Raquel Júnia, da Rádio Nacional no Rio de Janeiro, no player acima.

Criado em 28/12/2020 - 10:00

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