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Onda de violência marca o fim de semana no Ceará

Em Fortaleza, seis pessoas foram presas, suspeitas de atear fogo em cinco ônibus coletivos da prefeitura, em duas torres de telefonia e queimar pneus

Repórter Nacional

No AR em 26/03/2018 - 10:05

Uma série de ataques contra órgãos e patrimônios públicos marcaram o fim de semana do estado do Ceará, com ações na capital e no interior. Em Fortaleza, seis pessoas foram presas, suspeitas de atear fogo em cinco ônibus coletivos da prefeitura, em duas torres de telefonia e queimar pneus.

As prisões foram confirmadas pela Secretaria de Segurança Pública do Ceará, que relatou a posse de gasolina com alguns detidos.

Para o pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Conflituosidade e Violência da Universidade do Estado do Ceará, Ricardo Moura, os ataques são retaliações ao poder público, por conta de possíveis instalações de bloqueadores de celular, em presídios.

O professor lembra que, no Senado, o projeto de lei é do presidente da casa, Eunício Oliveira, e estabelece prazo de seis meses para a instalação de bloqueadores de sinal telefônico, no sistema penitenciário. Após aprovação do projeto, a casa do parlamentar chegou a ser pichada com os dizeres “Presídio mudo, Eunício morto”.

A onda de violência é considerada grave por Moura que lembra de 2017 como um dos anos mais violentos do Ceará, com mais de cinco mil homicídios. E somente este ano, ele destaca as quatro chacinas no estado, além das mais de mil pessoas assassinadas

Esse tipo de reação que ocorreu neste fim de semana reflete a vulnerabilidade do poder público, na opinião de Ricardo Moura. O especialista acredita que o problema tem pouca perspectiva de ser resolvido a curto prazo, embora este seja um ano eleitoral.

Segundo ele, as propostas de candidatos podem focar em soluções rápidas, mas pouco eficazes. Além disso, acredita que a superlotação dos presídios é “o pano de fundo” do problema da violência no Ceará.

Após os ataques a ônibus, em Fortaleza, a empresa de transporte público da prefeitura (Etufor) chegou a anunciar que os veículos circulariam acompanhados por viaturas da Polícia Militar e da Guarda Civil, no fim de semana que passou.

Também no Ceará, o prédio da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança da cidade de Sobral (CIOPS), região norte do estado, foi atacado por bombas caseiras, do tipo coquetel motolov, na madrugada de domingo.

No litoral norte do estado, em Cascavel, mais de 50 veículos apreendidos foram incendiados, no pátio do Departamento Municipal de Trânsito e de Transportes.

As Secretarias de Justiça e de Segurança Pública não comentaram as opiniões do especialista até o fechamento desta reportagem.

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Tags:  Ceará violência

Criado em 26/03/2018 - 10:13

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