Digite sua busca e aperte enter

Compartilhar:

Dia 30 é celebrado o Dia Nacional do Bumba Meu Boi

Festividade tradicional do folclore brasileiro acontece no Maranhão durante o período das festas juninas

Tarde Nacional - Amazônia

No AR em 30/06/2021 - 13:30

Nesta quarta-feira (30) é comemorado o Dia Nacional do Bumba Meu Boi, festa tradicional do folclore brasileiro. Em 2019, ela recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o título de patrimônio cultural imaterial da humanidade. Desde 2011, a celebração já era considerada Patrimônio Cultural do Brasil. Para falar sobre a festividade, o Tarde Nacional - Amazônia trouxe Ester Marques, professora adjunta do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

A professora fez mestrado em Comunicação e Cultura pela Universidade de Brasília (UnB), onde defendeu a dissertação "Mídia e Experiência Estética na Cultura Popular: O caso do Bumba-meu-boi" que, posteriormente, virou livro. Na entrevista ela comenta que a festividade é uma manifestação muito forte, que vem de uma memória ancestral e que chegou ao Brasil através da Espanha no século XVIII. No Brasil, a festa assumiu características e contornos conforme as regiões onde a manifestação foi se estabelecendo.

“O Bumba Meu Boi no Brasil está presente, não como o Bumba Meu Boi, mas como o Bumba Boi por exemplo, em todas as regiões do país. É um fenômeno nacional folclórico, com um forte enraizamento identitário local onde ele se estabelece”, afirma Ester.

A professora conta também algumas características das mais difererentes regiões do país, como o Maranhão, que apresenta um forte sentido ritualístico.

“O Bumba Meu Boi não é só dança e espetáculo, ele tem uma série de outras dimensões da experiência que se conjugue comungo na dança, que se apresenta nesse período agora. Então tem teatro, a dança, a lenda, os ritos de passagens, por exemplo da escolha do tema, dos ensaios, das apresentações e os rituais da morte do boi. O Boi é um fenômeno arquetípico, ele é mítico, então ele tem que nascer e morrer todos os anos”

Ouça a entrevista completa no player acima. 

Em conversa com Juliana Maya, Ester também explica sobre o ciclo religioso relacionado à festividade, e conta da lenda e da mensagem que ela carrega. De acordo com ela, a lenda é de um vaqueiro de uma fazenda, cujo a mulher engravida, e nesse estado de gravidez ela tem desejo de comer a língua de um boi, mais especificamente o boi estimado do fazendeiro. Assim, o vaqueiro fica em uma dualidade moral, entre o desejo da mulher, e sendo o vaqueiro de confiança do patrão, a responsabilidade que tinha pelo rebanho da fazenda. Mesmo assim, ele decide realizar o desejo da mulher, com medo do acontecimento do mito onde o filho nasceria com a cara ou a língua de um boi. A partir disso, quando o dono da fazenda descobre, o patrão chama um pajé da aldeia, onde adentra na história o sincretismo religioso, o pajé consegue ressuscitar o Boi para a alegria de todos.

Criado em 30/06/2021 - 17:27

Mais do programa