O programa Tarde Nacional SP dedicou a primeira hora desta segunda-feira (3) a uma homenagem ao cantor e compositor mineiro Lô Borges, que morreu neste domingo (2), em Belo Horizonte. O tributo destacou a importância do artista para a música brasileira e sua trajetória marcada por sensibilidade, inovação e poesia. A produção relembrou momentos marcantes da carreira de Lô, um dos fundadores do Clube da Esquina, e a influência duradoura de suas canções na MPB.
Durante o programa, o jornalista e músico Leandro Martins participou ao vivo e contou bastidores sobre o primeiro álbum solo de Lô Borges, lançado em 1972, o célebre “disco do tênis”. Leandro destacou o caráter experimental do trabalho, gravado quando o compositor tinha apenas 20 anos e sob forte pressão de prazo da gravadora. O álbum, que traz uma mistura de rock progressivo, baião e xote, contou com a participação de nomes como Beto Guedes, Toninho Horta, Flávio Venturini e os irmãos Dori e Danilo Caymmi, e se tornou um clássico com o passar dos anos, apesar de não ter tido sucesso comercial imediato.
A homenagem também resgatou trechos de uma entrevista feita por Sarah Quines, em 2018, para o programa Fique Ligado, da TV Brasil, quando Lô revisitou o álbum em uma gravação ao vivo. Na conversa, o músico relembrou a juventude, o ritmo frenético das gravações e a simbologia dos tênis usados na capa, um gesto de despedida temporária da música. Ele também refletiu sobre o contexto da ditadura militar, período em que compôs faixas marcadas pela resistência e pela busca de liberdade artística.
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