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Leandro Silveira conta sobre a história do samba em novo livro

Historiador falou sobre a obra, que é fruto de dissertação de mestrado pela Universidade Federal Fluminense (UFF)

Tarde Nacional

No AR em 30/09/2021 - 13:00

Em entrevista no Tarde Nacional desta quinta-feira (30), Leandro Silveira, que é historiador, professor e colunista da Rádio Nacional, falou sobre o livro, de sua autoria, Nas trilhas de sambistas e do ‘povo de santo’: Cultura e territórios negros no RJ (1905-1950). A obra, que é fruto de sua tese de mestrado em história na Universidade Federal Fluminense (UFF), retrata as experiências de homens e mulheres, majoritariamente negros, que construíram terreiros e espaços para o samba no Rio de Janeiro, entre os anos de1905 e 1950.

Ouça a entrevista na íntegra no player acima.

Leandro problematiza a imagem e a memória da Pequena África, localizada na Zona Portuária do município do Rio, como “único território negro” na cidade, segregado e fechado em si mesmo, e dá visibilidade a outras redes de encontro, socialização e territórios constituídos pela população negra na cidade. Para isso, ele recorreu a depoimentos e documentos, acompanhou trajetórias de pessoas e grupos organizados ao redor do samba e da religiosidade afro-brasileira, particularmente do candomblé e do omolokô, com o intuito de identificar e reconhecer formas de organização e sobrevivência social e cultural deste grupo.

 

"Este território é muito mais amplo do que a região portuária e ele se espraia, é maior do que a historiografia mapeou até então", revela sobre as ramificações da religiosidade afro-brasileira na região.

 

Pela memória de sambistas e "pessoas de santo", vindas de diferentes tradições culturais, a ideia foi recuperar práticas sócio religiosas criadas, recriadas e preservadas, analisando o processo de rememoração dessas experiências, para compreender como elas ganham novos contornos e significados ao longo dos anos. A pesquisa identificou diversas matrizes e experiências culturais negras em processo de organização e enraizamento nos subúrbios e, também, em outros municípios da região metropolitana do Rio, como Niterói e São Gonçalo.

Entre as personalidades entrevistadas está Rubem Confete, sambista, jornalista, apresentador da Rádio Nacional e com profunda ligação com a Pequena África carioca.

 

"Ele me trouxe pistas muito importantes sobre esse outro Rio de Janeiro, negro, que, até então, não aparecia nos livros ou pouco aparecia, e na história, que é a África banta", conta ele durante a entrevista, sobre essa mistura de influências africanas que se encontrava no Rio, nos morros, e que deram origem, entre outras coisas, às conhecidas e "maravilhosas escolas de samba do Rio de Janeiro".

Criado em 30/09/2021 - 16:57

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