O escritor e acadêmico Cícero Sandroni lamentou, em depoimento à Rádio MEC AM, a morte do colega de Academia Brasileira de Letras Carlos Heitor Cony. O jornalista, romancista e cronista morreu nesta sexta-feira (05), aos 91 anos, no Rio de Janeiro, de falência múltipla dos órgãos.
Em entrevista ao jornalista Jansem Campos, Sandroni relembrou a trajetória do amigo, desde o início da atuação na imprensa - interrompida pela violência da ditadura militar. "Ele foi um arauto da consciência da liberdade e dos direitos humanos naquela época", afirmou.
Ressaltou a independência como marca da atuação jornalística de Cony. "Como jornalista que foi, ele não deixou, em nenhum momento, o espaço vazio nos jornais em que ele escreveu, para dar a sua opinião, para criticar - o que é a função do jornalista. Como dizia Millôr, jornalismo é oposição, o resto é balcão de negócios", lembrou Sandroni.
Cícero Sandroni falou também sobre a importância da produção literária do colega de ABL, destacando os livros Quase Memória, Ballet Branco e Pilatos. O escritor também relembrou fatos pessoais de Cony, como o convívio com os acadêmicos e suas contradições. "Embora ele fosse agnóstico, tinha muita admiração por São José", revela.
Clique no player e ouça a entrevista completa.