Uma exposição que também é uma peça de teatro. Os atores são cadeiras, contrapesos, caixas de som, uma corneta militar, uma cortina vermelha. As vozes, de Fernanda Montenegro, João Gilberto, autoridades do STF e até William Bonner. Assim é a instalação e peça "Espectros (Cadeira 17)", que o artista Nuno Ramos apresenta no Rio de Janeiro. O título se refere a um trabalho do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, e à cadeira ocupada por Fernanda Montenegro, na Academia Brasileira de Letras. Esta espécie de teatro mecânico faz um retrato e um comentário sobre o Brasil contemporâneo.
Nuno Ramos nasceu em 1960, em São Paulo, onde vive e trabalha. Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, é pintor, desenhista, escultor, escritor, cineasta, cenógrafo e compositor. Em entrevista ao Arte Clube, ele conta que a ideia surgiu ao olhar o Brasil de fora, no período em que estava no exterior e observou o caos que se agravou no país nos últimos anos.
As vozes que dão vida aos elementos cênicos foram retiradas e mixadas de mais de sete mil fragmentos de áudios pesquisados em arquivos históricos públicos e na internet. Entre elas, estão falas de grandes atrizes, âncoras do Jornal Nacional, ministros do Supremo Tribunal Federal, além de intelectuais e figuras de ponta da cultura brasileira.
Confira a entrevista completa, no player acima.