Há algum tempo, o Brasil Rural falou sobre o Banco de Germoplasma da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que preserva sementes desde a década de 1970. Agora é a vez de voltarmos à empresa, para falar sobre o Banco de Armazenamento Animal que conta hoje, com 12 mil amostras de DNA e tecidos de espécies silvestres e domésticas. Para explicar melhor o assunto, entrevistamos, nesta segunda-feira (21), o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Arthur Mariante.
"Na área animal nós começamos nosso trabalho em 1983, coletando material génetico (sêmen, embriões e DNA) das raças trazidas pelos colonizadores. Porque, ao longo dos 500 e poucos anos, essas raças adquiriram características de adaptação únicas. Então, nós já temos 95 mil doses de sêmen e 500 embriões armazenados. Com isso, a gente assegura que o desaparecimento das espécies não ocorra", aponta Mariante.
Em seu Banco Brasileiro de Germoplasma Animal (BBGA), a Embrapa oferece estrutura para guardar material genético de raças localmente adaptadas e de raças comerciais. O caso mais famoso é o do Bovino Caracu, que a empresa vem acompanhando, ao longo de seus 33 anos de implantação. No país, o Instituto de Zootecnia de São Paulo foi o pioneiro na convervação de recursos genéticos animais. É no sistema Alelo Animal, software desenvolvido em parceria com os EUA, que estão armazenados material genético animal, vegetal e microbiano dos dois países.
A boa notícia é que, a partir de agora, produtores interessados em armazenar material genético de raças podem procurar a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, com sede em Brasília. Não há custo de armazenamento, apenas de transporte do material, sendo seu controle de entrada e saída feito por meio de contratos.
Confira a íntegra da entrevista, no player acima.
O Brasil Rural vai ao ar, de segunda a sexta-feira, de 6h às 7h, sábado, às 7h, e domingo, às 6h, pela Rádio Nacional AM de Brasília. A apresentação é de Marcelo Ferreira.