O Caderno de Música deste domingo (19) dá início a uma série sobre músicas de diferentes países do mundo, começando com a Alemanha.
Um dos primeiros registros de música feita na Alemanha datam do século XII e XIII, época em que surgiram os “minnesingers” ou menestréis, influenciados pelos trovadores franceses. Posteriormente, entre a sociedade burguesa, surgiram os “meistersingers”, ou mestres cantores, que incluíam em seu repertório arranjos de melodias populares. A arte destes “meistersingers” atravessou os séculos e foi lembrada por Wagner em Os mestres cantores de Nuremberg, na qual o compositor rendeu homenagens a Hans Sachs, um meistersinger do século XVI. No drama wagneriano composto no século XIX, o personagem foi escrito para a voz de baixo-barítono.
A Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero no século XVI exerceu influência não só na religião, mas também na música da Alemanha. Os corais, que passaram a ser cantados em alemão, tomaram papel de destaque nos cultos e eram cantados por toda a assembleia. Os textos da música coral alemã eram adaptados do canto gregoriano em latim, e as melodias eram aproveitadas de canções populares. E os dois mestres da composição alemã de destaque, ainda no campo da música religiosa, são Johann Sebastian Bach e Georg Friedrich Händel. Pertencentes ao barroco tardio do século XVIII, Bach e Händel têm suas obras tocadas e reverenciadas não só nas igrejas, principalmente as protestantes, como nas salas de concerto.
Já no período clássico alemão, destacam-se os pioneiros do estilo galante, Carl Philipp Emanuel e Johann Christian, filhos do mestre Johann Sebastian Bach, além de Karl Friedrich Abel, que era amigo dos irmãos Bach. E, na virada dos séculos XVIII para o XIX, temos aquele que inaugura o romantismo e é, ainda hoje, tido como um revolucionário à frente de seu tempo: Ludwig van Beethoven. Embora tenha trabalhado boa parte da sua vida em Viena, Beethoven nasceu em Bonn, antiga cidade do reino da Prússia, que, atualmente, faz parte da Alemanha.