O Caderno de Música deste domingo (02) fala sobre um dos elementos mais marcantes das festas juninas no Brasil: a Quadrilha. O programa aborda um pouco da sua história e o seu uso na música clássica brasileira.
Alguns estudiosos apontam a origem da quadrilha ainda no período medieval. Porém, ela foi amplamente utilizada e difundida como um estilo de dança de salão na virada dos séculos XVIII para o XIX, na França. As Quadrilles francesas se tornaram especialmente populares entre a nobreza parisiense durante o Primeiro Império e, posteriormente, em outros centros ao redor do mundo. Executada por grupos de quatro, seis ou oito casais, sua música era geralmente adaptada de melodias populares e em compasso binário. Podemos encontrar exemplos de quadrilha escritos até mesmo pelos renomados músicos da família Strauss e por outros compositores de danças da época.
No Brasil, a quadrilha também começou a ser mais difundida a partir do século XIX, e assumiu formas variadas, tendo influência até mesmo na marcação em danças gaúchas, como o fandango. Os primeiros compositores brasileiros a escreverem quadrilhas foram influenciados pela cultura europeia. É o caso de Carlos Gomes, que foi um dos pioneiros em unir as características da música popular afro-brasileira em peças para piano no estilo de dança de salão, além de Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Joaquim Callado.
E no século XX, a quadrilha brasileira começou a tomar a forma como conhecemos hoje, principalmente através de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Em 1965, foi lançado um importante álbum intitulado “Luiz Gonzaga: Quadrilhas e Marchinhas Juninas”, com obras que até hoje são amplamente utilizadas nas festividades de São João. Outros compositores que se destacaram são Dominguinhos, Hermeto Pascoal, Sivuca e Carmélia Alves.
Além disso, obras como o nome "Quadrilha", também foram escritas dentro da música de concerto brasileira. É o caso do nosso maior representante, Villa-Lobos, que utilizou alguns estilos musicais característicos de São João, de forma estilizada, no segundo movimento (Giga), das Bachianas número 7, que recebeu o subtítulo de “Quadrilha Caipira”.
Confira mais no Caderno de Música. Domingo, às 14h30, na MEC FM.