Festa do Disco: Ave Sangria e a psicodelia censurada pela ditadura militar

Neste domingo (7), a Rádio Nacional dá o pontapé inicial na nova temporada do Festa do Disco. Ao longo de 13 episódios, a jornalista Cibele Tenório tece um bate-papo vibrante com artistas, produtores e pesquisadores musicais, desvendando os bastidores dos melhores discos brasileiros de ontem e de hoje.

Para abrir a temporada com chave de ouro, o programa recebe Marco Polo Guimarães e Almir de Oliveira, ícones da banda de rock psicodélico Ave Sangria. Juntos, eles mergulham na história do álbum homônimo, lançado há 50 anos e considerado um dos mais cultuados da história do rock nacional.

Nascida na efervescência cultural do Recife no final dos anos 1960, a Ave Sangria era um símbolo da contracultura e do fim da caretice. Misturando ritmos regionais com guitarras vibrantes, a banda de jovens cabeludos conquistava o público jovem enquanto escandalizava os conservadores.

Em 1974, a banda alçou voo com seu álbum libertário, um caldeirão psicodélico de rock, MPB, blues e pop, temperado com letras poéticas. A princípio liberado pela censura, o disco foi retirado das lojas menos de dois meses depois.

A canção "Seu Waldir", interpretada por Marco Polo, foi a gota d'água para os censores. Considerada "ofensiva à moral e aos bons costumes" por ser uma declaração de amor entre dois homens, a música causou a censura do álbum e o fim precoce da banda.

Em 2014, a banda renasceu das cinzas, lançou um novo disco e segue levando a psicodelia nordestina para os palcos.

Ouça a entrevista completa no player acima.