No episódio da semana do Festa do Disco, a jornalista Cibele Tenório revisita o início da carreira da grande dama do samba, Dona Ivone Lara. Em 1978, aos 56 anos, Dona Ivone lançava "Samba Minha Verdade, Samba Minha Raiz", que marcava sua estreia solo no mercado fonográfico. Para conversar sobre este disco, eu recebo a pesquisadora, professora e escritora Kátia Santos, autora de "Dona Ivone Lara – A Dona da Melodia".
Antes de ter o seu nome conhecido, Ivone Lara passou anos no anonimato e suas composições eram apresentadas nas escolas de samba pelos primos por conta da discriminação. O Prazer da Serrinha e, depois, o Império Serrano foram as escolas de samba da vida de Dona Ivone. Foi no Império que ela fez história ao ser a primeira mulher a integrar a ala de compositores de uma escola.
O primeiro álbum só saiu depois de sua aposentadoria. Dona Ivone trabalhou por 37 anos como enfermeira e assistente social, sendo ela parte da equipe que trabalhou com a médica Nise da Silveira, que revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil. "Samba, Minha Verdade, Samba, Minha Raiz", seu elogiado álbum de estreia, foi produzido por Adelzon Alves e trazia canções só de Dona Ivone Lara, de outros compositores e algumas parcerias com seu parceiro mais constante, Délcio Carvalho.
Ouça a entrevista com Katia Santos e aas músicas de “Samba Minha Verdade, Samba Minha Raiz” clicando no player acima.