Jazz Livre apresenta repertório de compositores brasileiros

O Jazz Livre, desta terça (29) às 23h, dedica o repertório para músicos brasileiros, o Pio Lobato, Ricardo Herz, Antônio Loureiro e Moacir Santos.

Pio Lobato, desde a década de 1990, foi pioneiro em estudar a guitarrada, gênero que surgiu nos anos 1970, no Pará. É instrumental que fundiu o choro com carimbó, a jovem guarda, a cúmbia, entre outros. Faz uma fusão da música do Pará e países latinos, por exemplo, a Cúmbia é um dos principais marcos da expressão africana na América, já que os fundadores foram os descendentes de escravos colombianos vindos da África. A palavra cúmbia vem de cumbé, que significa festa.

A guitarrada também ficou conhecida, por um momento de lambada instrumental. O seu criador é o Mestre Vieira, natural de Barcarena. Este ritmo surgiu em Belém e o marco inicial, foi o lançamento do disco “Lambadas das Quebradas”, em 1978. A inovação do disco foi apresentar temas instrumentais para guitarra, sempre valorizando os ritmos amazônicos e caribenhos. Neste estilo, a guitarra elétrica é solista. Os principais representantes são os grupos Mestres da Guitarrada, Pio Lobato e La Pupuña. O Pio, a partir de 1997, passou a integrar o grupo Cravo Carbono, no qual experimentou misturas entre música pop e ritmos de sua região.

Ouça também, no Jazz Livre, a parte do quarto trabalho instrumental solo de Pio Lobato, é o "Café 2". Foi inventado em 2006 e gravado, seguindo o mesmo conceito do seu  primeiro trabalho de 2001, o "Café";  foram gravados na Cidade Velha em Belém do Pará no "home studio" do Pio, ou seja, tudo produzido em casa, desde os estudos, criações, as gravações e mixagens. O Pio Lobato tocou as guitarras, efeitos, baixos e bases eletrônicas O CD foi lançado em janeiro de 2011. Os seus discos podem ser encontrados no site de músicas: https://piolobato.bandcamp.com/

A segunda parte do programa conta com o músico paulista Ricardo Herz, nascido em 1978. Aos 5 anos, iniciou seus estudos de música. Em 1987, escolhe o violino como instrumento. Em 1993, começa a tocar na Camerata Fukuda e participou da gravação do CD com obras de Bach, em 1994, e em 2000 do CD “Convergences – Brazilian Music for Strings”. Em 2001, vai para a Berklee College of Music, onde tem aulas de violino no jazz, então começa a direcionar os seus estudos para a música popular. Em setembro de 2002, muda-se para a França e lá permanece por 9 anos. De volta ao Brasil em 2010, Ricardo Herz tem participado de muitos projetos e colaborado com músicos de todo o país. Em 2011, se apresentou como solista ao lado de Dominguinhos, abrindo a temporada anual da Orquestra Jazz Sinfônica no Auditório Ibirapuera. Ricardo também tem dedicado parte de seu tempo no ensino e difusão do violino popular. Recentemente, ele lançou o CD Duo Ricardo Herz e Antônio Loureiro, cujo trabalho realiza o encontro, nada comum, entre vibrafone e violino. No entanto, forma uma variedade imensa de timbres e sonoridades que se completam.

No bloco final do Jazz Livre, ouça um pouco do compositor e músico pernambucano Moacir Santos, nascido em Flores, Pernambuco, em 1926. Faleceu em agosto de 2006, em Pasadena, na Califórnia. Ele era arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista. Iniciou sua carreira no sertão pernambucano como integrante de bandas. Na década de 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro, e nessa cidade foi contratado pela Rádio Nacional. Durante dois anos, morou em São Paulo, onde regeu a orquestra da TV Record, voltando logo em seguida para o Rio de Janeiro. Em 1967, mudou-se para Los Angeles pois fora convidado para a estreia mundial do filme "Amor no Pacífico", do qual havia sido compositor. Estabeleceu moradia fixa na região de Pasadena, na Califórnia, onde viveu compondo trilhas para o cinema e ministrando aulas de música.

Jazz Livre vai ao ar às terças-feiras, às 23h, pela MEC FM Rio.