Conforme reportagem veiculada ontem (ouça aqui), no Brasil é grande o número de pequenos imigrantes venezuelanos que chegam fugindo da crise político-econômica que afeta o país vizinho. De lá, chegam diversas mães que se desesperam pela situação do próprio país e querem uma vida melhor para os filhos. Mas aqui, acabam esbarrando em burocracias e na falta de dinheiro para ter acesso à saúde e à educação.
Irmã Clara, que coordena as ações da ONG Fraternidade, uma das principais na ajuda aos imigrantes, conta que muitos pequenos indígenas warao, já chegam doentes. O abrigo precário no ginásio do bairro Pintolândia não ajuda. Até mesmo piora a saúde de muitas delas.
"Temos malária, temos ali tuberculoses, diarreias, e várias doenças infecciosas, não infectocontagiosas, que são advindas da desnutrição. Eu tenho ali crianças indígenas de 2 anos de idade que pesa sete, oito quilos. A desnutrição é algo crítico ali", relata.
A saúde de grávidas e recém-nascidos é outro problema. Na maternidade Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista, os partos de venezuelanas mais que dobraram de 2014 para 2016: de uma média de 120, foram para 270. Mas o que preocupa os médicos, segundo o diretor da maternidade, Luiz Gustavo Araújo, é a gravidade de muitos casos.
Equipes de saúde do estado e da Secretaria Especial de Saúde Indígena se alternam no atendimento aos imigrantes no Centro de Referência em Boa Vista. Mas é visível que grande parte dos problemas de saúde se resolveriam com moradia, higiene e alimentação adequada para os pequenos imigrantes.
Também são destaques do Jornal da Amazônia 1ª Edição desta sexta-feira (23):
- Ocorrências de queimadas no Acre aumentaram nos últimos três anos
- Comandante do Exército cobra no Senado projeto para recursos na Amazônia