Cento e oitenta e sete requerimentos de anistia ligados à guerrilha do Araguaia foram julgados nessa terça-feira (25) em Brasília. São pedidos de camponeses que teriam sido perseguidos entre os anos de 1967 e 1974, durante os confrontos armados entre militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e as Forças Armadas Brasileiras na região do Rio Araguaia.
A história deles foi estudada por conselheiros da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. A professora de Direito da Universidade Federal do Tocantins, Aline Salles, que fez parte da mesa julgadora, disse que "foi difícil analisar os casos".
No primeiro bloco do julgamento, os conselheiros analisaram situações de trabalhadores que foram afastados da terra onde viviam e perderam o emprego. Eles receberam um pedido público de desculpas e serão reparados economicamente de acordo com cada caso. Alguns vão receber um salário mensal pelo resto da vida, equivalente a dois salários-mínimos, cerca de R$1.500,00, mais uma indenização que varia de R$ 200 mil a R$ 370 mil reais. Outros vão receber apenas a indenização em uma parcela única.
Também foram analisados casos de camponeses presos, torturados, obrigados a prestar serviços forçados ou submetidos a situações desumanas. O julgamento fez parte da programação da Semana de Anistia 2015 para lembrar a Lei da Anistia, que completa 36 anos na próxima sexta-feira(28).
Confira especial sobre o Golpe de 1964
Ouça ainda na edição desta quarta-feira (26): Ministério Público de Contas de Roraima investiga contrato de R$ 15 milhões para a compra de uniforme escolar de alunos da rede estadual de ensino; e Comissão do Meio Ambiente do Senado aprova anistia para agricultores de baixa renda que cometeram crimes ambientais considerados leves.
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