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Com governadora e prefeita, mulheres de Roraima ganham mercado de trabalho

Apesar da força política das mulheres no Estado, elas ainda são as

O público feminino de Roraima está conquistando espaço em muitas cadeiras do poder público. Em 2014, por exemplo, o Estado elegeu Suely Campos a primeira governadora da história de Roraima. Já nas eleições municipais do ano passado, Tereza Surita foi eleita, pela terceira vez, para assumir o comando da capital, Boa Vista.

 

Mas tanta força política não foi capaz de esconder uma triste realidade revelada pelo Observatório da Mulher Contra a Violência, do Senado Federal. O estudo, de 2014, coloca Roraima no topo da lista dos estados brasileiros com o maior número de homicídio de mulheres. São 9,5 mortes a cada 100 mil pessoas. A média nacional é de 4,6 assassinatos a cada 100 mil.

 

Para a senadora Simone Tebet, do PMDB do Mato Grosso do Sul, e presidente da Comissão Mista da Violência contra a Mulher no Congresso Nacional, os números mostram que o Brasil deve investir em políticas para zerar essas ocorrências. Políticas que só vão funcionar, de fato, se a mulher denunciar.

 

"Como a violência é gradual, o homem começa dando um tapa na cara, depois ele começa espancando, depois é o cárcere privado, até chegar a uma situação mais grave de assassinar uma mulher. Quanto mais cedo você rompe esse ciclo, menos você tem o homicídio."

 

Na capital Roraimense, os casos de violência contra a mulher são compilados pela Ronda Maria da Penha, da Polícia Militar. Em atividade desde agosto do ano passado, o serviço aponta cerca de 4.700 ocorrências de violência contra mulheres, somente em 2016: a maior parte, violência física. Número pouca coisa menor que o computado em 2015, quando mais de 5.000 mulheres pediram socorro pelo 190.

 

À frente da Ronda Maria da Penha, a capitã Cyntya Loureto revela que a maioria das vítimas são pobres e boa parte das ocorrências são registradas aos finais de semana e estão intimamente ligadas ao consumo de álcool por parte do companheiro. A capitã relembra um caso em que nem os muros da casa foram capazes de esconder a violência.

 

"Um tipo de ocorrência que teve recentemente (foi) uma mulher caminhando na rua, provavelmente já fugindo da sua residência por conta de alguma briga ou algo do tipo e, na rua mesmo, na frente de todo mundo, o companheiro desce de uma motocicleta e a agride com um capacete e a deixa desmaiada e vai embora."

 

Em março de 2015 o governo de Roraima criou a coordenação estadual de políticas públicas para as mulheres. O órgão atua no combate à violência contra as mulheres, sobretudo a violência doméstica.

 

Existe a promessa de que até o final deste semestre seja inaugurada a primeira casa da mulher brasileira em Boa Vista. A primeira da Região Norte. A unidade vai oferecer diversos serviços para mulheres em situações de violência, como apoio psicossocial, delegacia, juizado, cuidados com as crianças, além de alojamento, passagens e central de transportes.

 

Ouça ainda na edição desta quarta-feira (08): O senador rondoniense Valdir Raupp vira réu em processo da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. E mais: Rodoviários de Manaus reclamam da falta de segurança e ameaçam paralisar o transporte público na próxima sexta-feira.

 

O Jornal da Amazônia - 1ª edição - é uma produção da equipe de Radiojornalismo da EBC - Empresa Brasil de Comunicação.



Criado em 08/03/2017 - 11:34 e atualizado em 08/03/2017 - 15:34