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Estimulação precoce garante qualidade de vida a pacientes com microcefalia

Servidora pública amazonense fala da experiência de ter duas filhas

Viviane Lima tem três filhas. As duas primeiras, Ana Vitória, de 16 anos, e Maria Luíza, de 14, nasceram com microcefalia, mas nenhum dos casos tem relação com o zika vírus.

 

A servidora pública, que mora em Manaus (AM), lembra que os prognósticos da primogênita não eram os melhores. Os médicos diziam que ela não falaria, nem andaria. Mas depois do primeiro ano de vida e muita estimulação, o cérebro da menina desenvolveu. Apesar das dificuldades, Ana Vitória anda e fala. A mãe da menina comemora dizendo que "microcefalia não é sentença de morte".

 

Dois anos depois do nascimento de Ana Vitória, outra surpresa. Aos seis meses de gestação, a segunda filha de Viviane, Maria Luiza, também foi diagnosticada com microcefalia.

 

"Quando a Maria Luíza nasceu, não deram 24 horas de vida pra ela. Disseram que ela não sobreviveria, por conta do perímetro encefálico ser muito pequeno. Para surpresa de todos, ela está com 14 anos, muito bem, mas com algumas limitações, se comparada à irmã", revela a mãe.

 

De acordo com o Ministério da Saúde, os estados do Amazonas, Rondônia, Amapá e Acre não apresentaram recentemente casos suspeitos de microcefalia associada ao zika vírus. Mato Grosso, é o estado da Amazônia Legal com o maior número de casos, 129. Tocantins, 75. Pará, 6 e Roraima, 1 caso de microcefalia. O último levantamento mostra que o Maranhão registrou 119 casos suspeitos de microcefalia em bebês. A doença estaria associada ao zika vírus. A maioria é na capital São Luís, com 32 casos.

 

O secretário de saúde do estado, Marcos Pacheco, explicou que a secretaria não registrando o número de bebês que nasciam com a doença. Agora com o surto de microcefalia, está sendo feita uma recontagem.

 

O secretário explica que houve um aumento importante da doença nos últimos três meses, "mas esse aumento decorre também não do nascimento de crianças com o problema, mas a recuperação e da notificação de casos de crianças que já tinham nascido neste ano mas que não estavam no sistema. Então como a gente está fazendo uma revisão das anotações, os casos estão aparecendo com mais rapidez. Nós temos que notificar, porque se a gente não notificar a gente não tem a ideia real do problema", explica.

 

Ainda de acordo com Marcos Pacheco uma rede assistencial foi criada para oferecer estimulação precoce para tratar e minimizar as sequelas da microcefalia. A rede conta com equipe multidisciplinar composta por neuropediatras, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos. “Quanto mais rápido a gente agir, quanto mais rápido e mais precocemente nós tivermos essa estimulação neurológica nessa criança, mais qualidade de vida ela vai ter e mais ela vai se adaptar”, acredita o secretário. Em São Luís, a rede de assistência é oferecida no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos, no Hospital Materno Infantil e no Hospital da Criança. E em Imperatriz, no Hospital Materno Infantil.



Microcefalia assusta e deve ser melhor estudada, dizem especialistas

Criado em 13/01/2016 - 16:40 e atualizado em 14/01/2016 - 09:02