Ele era irreverente, debochado, mas sabia muito bem usar a música para chamar a atenção das autoridades para os problemas do povo do morro. Bezerra da Silva, o embaixador das favelas, nos deixou há exatos 10 anos.
Polêmico como sempre, Bezerra, considerado mestre do samba partido alto, acabou sendo inspiração também para o hip hop atual. Afinal, os dois usam o mesmo tom de crítica social, com letras pesadas e uma certa condescendência com temas, digamos, proibidos.
Era o tal limite estreito entre a criatividade e a marginalidade. Também pudera, Bezerra foi expulso da Marinha por mal comportamento, viveu nas ruas de Copacabana por oito anos e depois foi pintor de paredes.
Só com quase 40 anos foi descoberto e descobriu o samba no morro do Cantagalo. Não parou mais de fazer shows. Surpreendeu novamente, pouco antes de morrer, virando evangélico. Este era Bezerra, polêmico até o fim. Nós aqui lembramos dos 10 anos de saudade de Bezerra da Silva e do aniversário de 88 anos, em mais um Momento Três da Nacional Fm.
Nos 10 anos de saudade de Bezerra da Silva, ouça no player acima os sucessos “Malandro é malandro, mané é mané", de Neguinho da Beija-flor; “Defunto Caguete” e "Sururu na feira".
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