Cerca de 40 lideranças da Terra Indígena (TI) Kayapó e representantes de organizações civis e do governo participaram nessa quarta-feira (8) da cerimônia de lançamento do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) e do Protocolo de Consulta da Terra Indígena Kayapó, no Memorial dos Povos Indígenas em Brasília. No evento, eles apresentaram cantos e danças tradicionais, além de artesanatos, pintura corporal e exibição de fotos e vídeos.
O plano e o protocolo são ferramentas que devem contribuir para a gestão sustentável e autônoma do território, para a defesa dos direitos de suas comunidades e para facilitar o diálogo com agentes externos de governos, empresas ou da sociedade civil.
O território tradicional do povo Mebengôkre - Kayapó foi reconhecido pelo estado brasileiro em 1991, e está localizada no sul do estado do Pará, no extremo sudeste amazônico. Com uma área de 3.284.005 hectares, é o território tradicional deste povo indígena com o maior número de aldeias (mais de 70) e uma população de quase 6,5 mil habitantes. Junto com outros quatro territórios tradicionais e contíguos do povo Mebengôkre - Kayapó (TIs Badjônkore, Baú, Capoto/Jarina e Menkragnoti), a TI Kayapó forma um bloco de florestas e cerrados de cerca de 10,6 milhões de hectares, um dos maiores territórios indígenas controlados por um único povo indígena. Este bloco de TIs tem papel fundamental para o Corredor de Sociobiodiversidade da bacia do Xingu, ao conectar, ao sul, a Terra Indígena do Xingu, localizada próxima da região dos formadores do rio Xingu, no norte do estado do Mato Grosso, com as unidades de conservação e terras indígenas localizadas ao norte, no estado do Pará, contribuindo para a manutenção de importantes serviços ambientais, incluindo o regime de chuvas e o clima no Brasil e no mundo.
Para explicar a importância do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) e do Protocolo de Consulta, o programa Mosaico recebe o coordenador da Associação Floresta Protegida (AFP), Kajet Kayapó; a vice-presidente da Associação Floresta Protegida, Nhakton Kayapó; os integrantes do Coletivo Beture de comunicadores Kayapó, Irepryngraiti Kayapó e Kubekàkre Kayapo; e o cineasta Simone Giovine, que há dez anos promove ações de formação em audiovisual junto ao povo Mebengôkre.